Acusado de prejudicar governadores de oposição, presidente do Banco do Brasil deve se explicar ao Senado

Convocação de Fausto Ribeiro para explicar denúncias de que o BB trava empréstimos para estados de governadores não aliados Bolsonaro foi anunciada por Renan Calheiros

Fausto Ribeiro, presidente do Banco do Brasil, em cerimônia com Jair Bolsonaro (Foto: Júlio Nascimento/PR)
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O senador Renan Calheiros (MDB-AL) anunciou, nesta quarta-feira (2), que o Senado deve convocar o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, para explicar as acusações de que a instituição vem travando empréstimos a estados governados por não aliados ao governo Bolsonaro.

"O nome diz tudo: Banco do Brasil. É uma Instituição centenária, pertence ao povo brasileiro e não é propriedade privada de gestores políticos e ruins. Vou convocar o presidente do banco para explicar a discriminação a governadores não aliados enquanto o STF e o TCU apuram o caso", disse Renan, que classificou o caso como "absurdo".

https://twitter.com/renancalheiros/status/1488935634307850251

A denúncia sobre o travamento de empréstimos a governadores de oposição veio à tona a partir de uma matéria publicada pela Folha de S. Paulo no último domingo (30). Segundo a reportagem, o Banco do Brasil vem prejudicando financeiramente os estados da Bahia, comandado por Rui Costa (PT), e Alagoas, governado por Renan Filho (MDB), filho de Renan Calheiros.

O governo de Alagoas, inclusive, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) após o Banco do Brasil ter suspendido as negociações de um empréstimo de R$ 770 milhões. Já o estado da Bahia alega dificuldades impostas pelo banco para levar adiante uma operação de R$ 228 milhões.

Em nota enviada à Folha, o Banco do Brasil negou as acusações. "Toda contratação de operações para o setor público segue estritamente as exigências legais dos órgãos reguladores, a avaliação de crédito e os interesses negociais do BB", diz o texto.

TCU investiga

Apesar da negativa do banco, o Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação para apurar as denúncias.

A investigação foi aberta nesta quarta-feira (2) a partir de representação do subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado.

"É razoável supor que, ao lado do rigor necessário na avaliação de riscos de qualquer empréstimo, haja uma equidade no relacionamento com os variados 'clientes' da instituição, no caso, os estados e municípios", diz Furtado na representação.