O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou duramente o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, em suas redes sociais nesta quarta-feira (2). O parlamentar, que foi vice-presidente da CPI do Genocídio, reagiu a uma ação movida por Aras contra Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), também integrantes da cúpula da comissão.
"Depois de tantos crimes de Bolsonaro, não me lembro do PGR tê-lo intimado para alguma coisa. Entretanto, contra aqueles que cumprem o papel do MP de investigar, ele cumpre seu papel de intimidação", escreveu o senador no Twitter.
"É um pouco mais que advogado de defesa do Presidente: é um serviçal", completou Randolfe, em crítica dura a Aras.
O PGR pediu ao Supremo Tribunal Federa (STF) nesta quarta que Renan Calheiros e Omar Aziz sejam intimados para explicar a utilização de um dado sigiloso em depoimento da CPI. A ação foi movida pelo vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. O relator será o ministro Nunes Marques, que foi indicado pelo presidente ao posto.
Aras nega alinhamento com Bolsonaro
A decisão acontece um semana depois do PGR emitir nota contra a um relatório da Transparência Internacional que aponta “alinhamento sistemático do procurador-geral da República, Augusto Aras, com o presidente da República, Jair Bolsonaro“.
A PGR é criticada pela Transparência Internacional por não ter tido uma atuação forte diante do desmantelamento do aparato legal brasileiro pelo governo Bolsonaro e da tragédia da pandemia de Covid-19. A ONG destaca que “a inação de Aras tem sido alvo de várias acusações nos últimos meses”.
“A PGR alinhou-se com o governo na maioria dos casos analisados, mesmo em situações que desafiavam posições técnicas, como foi o caso da recomendação de uso da cloroquina para pacientes com Covid-19?, afirma a ONG, citando mais uma vez o estudo.