O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou nesta terça-feira (22), da tribuna do Senado, que topou o convite feito por Lula (PT) para ser um dos coordenadores da campanha do petista à presidência.
Randolfe era pré-candidato ao governo do Amapá, mas com a missão de participar da campanha de Lula, abriu mão de concorrer e lançou o nome, para a disputa amapaense, do jovem pastor evangélico Lucas Abrahão (Rede).
"Afirmo que meu papel será muito mais útil nessa contenda em ajudar a construir um novo tempo para o Brasil, aceitando a convocação do presidente Lula, principalmente porque a superação desse atual tempo triste será fundamental para que o Amapá volte a crescer", declarou Randolfe.
“Acredito que o tempo e o destino me determinou que serei mais útil a todos amapaenses daqui de Brasília apoiando a reconstrução e resgatando a esperança. Nós não escolhemos os tempos em que vivemos, a única escolha que fazemos é como reagir a eles", disse ainda o senador, acrescentando que trabalhará por "diálogos com o PSB, PT, PV, PC do B, PSOL e MDB".
Lucas Abrahão, por sua vez, afirmou que recebe "com honra e responsabilidade o desafio de ser pré-candidato ao Governo do Estado do Amapá, pedindo a Deus que conduza os nossos caminhos".
"Essa pré-candidatura é do povo. Nas próximas semanas vamos ouvir mt gente, escutar de forma ampla aos anseios dos amapaenses, buscando construir soluções junto c quem tem sentido na pele os graves problemas de nosso estado. Com uma verdadeira mudança o Amapá vai voltar a sorrir", prosseguiu.
Assista ao discurso de Randolfe
Lula: "Preciso do Randolfe para ganhar as eleições"
Em vídeo divulgado recentemente, Lula, ao lado de Randolfe, afirma que ele é um "senador dos mais brilhantes da história desse país e do estado do Amapá" e diz que precisa do parlamentar para vencer as eleições.
"Eu estava dizendo para o Randolfe que o meu problema é que eu preciso dele para ganhar as eleições. E preciso dele para ajudar a governar o Brasil e preciso dele na campanha. E, aí no Amapá, eu espero a compreensão das pessoas", declara o ex-presidente.
O acordo de Lula com Randolfe pode implodir as negociações do PDT, de Ciro Gomes, com Marina Silva, que faz parte da Rede, para a formação da chapa Cirina.
Randolfe puxa movimento por apoio a Lula no 1º turno
A partir de iniciativa do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), empresários, advogados, artistas e políticos criaram, de forma suprapartidária, o "Movimento Pelo Brasil", que visa reunir uma rede de apoios à candidatura de Lula (PT) à presidência já no primeiro turno das eleições deste ano.
O grupo redigiu um manifesto no qual afirma que "mais do que eleger um presidente, em 2022 o Brasil fará plebiscito entre continuar o desastre ou retomar a estabilidade democrática-institucional, o fim do negacionismo, a volta da empatia social e a retomada de um desenvolvimento sustentável". O movimento será lançado de forma oficial no dia 15 de março com um evento em São Paulo (SP).
"Não há razão que justifique adiar para o segundo turno, correr o risco das incertezas decorrentes de disputas secundárias, e principalmente os riscos de atos fora da Constituição. Por isso, apelamos a todos os democratas, os candidatos e seus eleitores, para que nos unamos no primeiro turno a Luiz Inácio Lula da Silva", prossegue o documento, assinado por algumas figuras próximas ao PT, como o advogado Marco Aurélio Carvalho e o cantor e compositor Chico Buarque, e principalmente nomes não petistas, como os de Milton Seligman, ex-ministro do governo FHC, do advogado e ex-deputado federal Maurício Rands, que deixou o PT em 2012, e da empresária Rosangela Lyra, que fazia parte do movimento antipetista Vem Pra Rua. O ex-senador Cristovam Buarque, que há anos é rompido com o PT, também consta, entre outros, como signatário.
"Muitos de nós fomos e ainda somos críticos, discordamos de fatos ocorridos e posições tomadas por ele no passado, mas estamos olhando para o futuro, e não há dúvida que a história está fazendo Lula representar a alternativa que o Brasil deve abraçar neste plebiscito de 2022", diz outro trecho do manifesto.