RÚSSIA X UCRÂNIA

Bolsonaro desautoriza posição de Mourão sobre Ucrânia

"O presidente se chama Jair Messias Bolsonaro. E ponto final", disse o mandatário em live ao comentar sobre declaração do vice

Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão.Créditos: Marcos Corrêa/PR
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Durante transmissão ao vivo realizada nesta quinta-feira (24), o presidente Jair Bolsonaro (PL) desautorizou o vice-presidente, general Hamilton Mourão, em razão da fala feita sobre a operação militar realizada pela Rússia de Vladimir Putin contra a Ucrânia diante das tensões com a Otan e os Estados Unidos.

"O artigo 84 da Constituição deixa isso bem claro: quem fala desse tipo de assunto é o presidente. E o presidente se chama Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo respeito a essa pessoa que falou isso, ele está falando algo que não deve. Não é de competência dela, é de competência nossa", disse Bolsonaro sobre o vice-presidente durante a live.

"Quando é que eu falo sobre Rússia e Ucrânia? Eu falo depois de ouvir o ministro Carlos França, das Relações Exteriores, e o da Defesa, Braga Netto. A decisão é minha, mas eu quero ouvir pessoas que realmente são ministros para tratar desses assuntos. Nós somos da paz, nós queremos a paz", completou.

Mourão comparou Vladimir Putin, presidente da Rússia, ao ditador nazista Adolf Hitler ao comentar sobre o conflito. “A gente tem que olhar sempre a história, que ora se repete como farsa, ora como tragédia. Nesse caso, está se repetindo como tragédia. O mundo ocidental está igual como ficou em 1938 com Hitler: na base do apaziguamento. O Putin não respeita apaziguamento, essa é a realidade”, afirmou em entrevista.

O general apontou que o Brasil “tem tomado o posicionamento dele dentro da ONU, respeitando os princípios básicos do direito internacional de não intervenção, de assegurar a soberania, mas por enquanto não temos nenhuma outra coisa a fazer, além disso aí. O Brasil não está neutro. O Brasil deixou muito claro que respeita a soberania da Ucrânia”.

Bolsonaro ainda não se manifestou diretamente sobre a questão. No início da tarde, o Itamaraty emitiu uma nota protocolar, na qual evita condenar o ataque russo. O documento diz que o país “acompanha com grave preocupação a deflagração de operações militares pela Rússia”. Na semana passada, o mandatário foi à Rússia se encontrar com Putin.