Suspeito de sonegação, Sergio Moro ataca subprocurador Lucas Furtado

Em contestação, advogados de Sergio Moro atacaram o subprocurador Lucas Furtado, que pediu a indisponibilidade dos bens do presidenciável do Podemos por suspeita de sonegação de impostos.

Sem máscara, Moro faz campanha no sertão nordestino (Reprodução / Twitter SF_Moro)
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Suspeito de sonegação de impostos e alvo de uma representação do Ministério Público (MP) pedindo que o Tribunal de Contas da União (TCU) declare a indisponibilidade de seus bens, Sergio Moro (Podemos) usou uma antiga estratégica política: atacou o acusador, o subprocurador Lucas Rocha Furtado, autor da ação.

Em contestação assinada pelos seus advogados - entre eles, Gustavo Guedes, ex-defensor de Michel Temer (MDB) -, o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) diz que "o último requerimento do subprocurador-geral Lucas Furtado, atuando à margem do próprio Ministério Público de Contas, dever ser integralmente indeferido".

Moro já manifestou seu desejo de processar Furtado por meio de nota emitida na última sexta-feira (4).

"Fica evidenciado o abuso de poder perpetrado por este procurador do TCU. Pretendo representá-lo nos órgãos competentes, como já fez o senador da República, Alessandro Vieira (Cidadania-SE), e igualmente promover ação de indenização por danos morais", disse Moro.

Senadores do Podemos, partido de Moro, também protocolaram uma representação para apurar suposto cometimento de crime de abuso de autoridade por parte do subprocurador.

O documento, apresentado à Procuradoria-Geral da República (PGR), é uma reação às investigações em curso sobre a atuação do ex-juiz da Lava Jato na consultoria americana Alvarez & Marsal.

Furtado pediu ao TCU que declare a indisponibilidade dos bens do ex-juiz em razão de suspeitas de sonegação fiscal do ex-magistrado diante do contrato milionário com a consultoria estadunidense Alvarez & Marsal.

Pressionado, Moro revelou na semana passada que recebeu um total de US$ 656 mil, o equivalente a R$ 3,537 milhões, nos 12 meses em que atuou na consultoria estadunidense.

Ao avaliar os documentos apresentados por Moro ao TCU, Furtado mudou sua posição diante da investigação e defendeu a continuidade do processo e reafirmou “a necessidade de apuração do caso pela Receita Federal”.

O procurador pediu a adoção de uma medida cautelar de indisponibilidade dos bens alegando que houve “inconsistência dos documentos comprobatórios” do investigado e “suposta utilização de pejotização pelo Sr. Sérgio Moro a fim de reduzir a tributação incidente sobre o trabalho assalariado“.