Bolsonaro repete ataque a Alexandre de Moraes e xinga Lula de "canalha"

Em passagem pelo Rio Grande do Norte, o presidente também atacou a governadora Fátima Bezerra e afirmou que ela defende “minorias” que impedem a construção de barragens

Jair Bolsonaro em ato para comemorar o Dia do Forró no Planalto em dezembro de 2021 (Foto: Isac Nóbrega/PR)Créditos: Isac Nóbrega/PR
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Em passagem pelo Rio Grande do Norte, para visitar as obras Barragem de Oiticica e acompanhar a chegada das águas da transposição do Rio São Francisco ao Estado, o presidente Jair Bolsonaro (PL), em tom de campanha, deu sinais de qual será o seu discurso durante a campanha eleitoral: ódio e negacionismo.

No início de seu discurso, na manhã desta quarta-feira (9), Bolsonaro afirmou que o lockdown foi "ineficaz, destruiu empregos e colocou as pessoas em depressão". Ao tratar deste tema, o presidente voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, govenadores e prefeitos que aderiram aos fechamentos durante a pandemia.

"Eu não errei na pandemia e fui atacado o tempo todo. Teve o ministro lá do STF [Alexandre de Moraes] que autorizou os prefeitos e governadores a tomarem decisões [sobre a pandemia]. Fecharam tudo, destruíram empregos e colocaram as pessoas em depressão. Compramos vacina, fomos nós, não foi governador ou prefeito, fomos nós. Não obrigamos ninguém a tomar vacina, toma quem quer e ponto final", disse Bolsonaro.

Ao tratar da questão de falta de água no Nordeste, Bolsonaro atacou a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), e acusou de ser a responsável pelo não término da obra. "A governadora que dar direito às minorias que não querem barragens. Por causa de 15 pessoas, quer prejudicar mais de 300 milhões (sic)".

Em seguida, Bolsonaro também acusou a governadora Fátima Bezerra de ser a responsável pela alta no preço do combustível.

Bolsonaro ataca Dilma e Lula e os chama de “canalhas”

Após desferir ataques contra a governadora Fátima Bezerra, Bolsonaro fez uma série de acusações envolvendo os governos do ex-presidente Lula (2002-2010) e da ex-presidente Dilma Rousseff (2010-16).

"Foram responsáveis pelos desvios de mais de R$ 2 trilhões das estatais. Com isso daria pra fazer 100 transposições do São Francisco… e tem gente que tem saudades desses canalhas. Estamos três anos sem corrupção. Naquele período vermelho do Brasil, a televisão mostrava tubos de dinheiro sendo desviado", acusou.

Os ataques de Bolsonaro também foram destinados ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), do qual debochou do jeito de falar ao imitá-lo e afirmou que ele era um "roubalhão".

O ex-ministro da Justiça de seu governo, Sergio Moro, que hoje é pré-candidato à presidência pelo Podemos, também foi citado. "Se vocês quiserem votar no fala mansa, tudo bem… quem era ele antes de ser ministro? Ninguém!", atacou.