ELEIÇÕES 2022

“O antibolsonarismo é muito mais forte do que o antipetismo”, afirma Emir Sader

O sociólogo não acredita em um avanço de Bolsonaro, diz que o brasileiro vive hoje na precariedade e que aumento dos combustíveis é “um tiro no pé” do governo

Sader vê cenário positivo para Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
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O sociólogo Emir Sader não acredita que Jair Bolsonaro (PL) esteja recuperando sua popularidade e, com isso, subindo nas pesquisas de intenção de votos e ameaçando a vitória de Lula (PT).

“O antibolsonarismo é muito mais forte do que o antipetismo”, declarou, em entrevista ao Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (10).

Para justificar sua avaliação, ele mencionou o atual momento econômico do país, agravado com o aumento no preço dos combustíveis, anunciado nesta quinta, pela Petrobras.

“O brasileiro hoje vive na precariedade, vive de bico, sem trabalho com carteira assinada. É um cenário muito negativo para o Bolsonaro”, analisou Sader.

O quadro se torna mais dramático após o reajuste da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. “Dolarizou, dançou”, disse, se referindo à política de paridade internacional de preços adotada pelo governo.

“O Brasil poderia ser autossuficiente em petróleo. Mas o governo deu mais um tiro no pé com esses aumentos dos combustíveis”, apontou.

Em contrapartida, Sader destacou que o panorama recente para Lula é positivo, com a costura de alianças e a possibilidade concreta de o ex-senador Roberto Requião se filiar ao PT.

Lula favorito deve influenciar eleições para governadores

“É importante que Lula chegue favorito em um eventual segundo turno. Ele pode influenciar decisivamente o resultado das eleições para governadores, inclusive em São Paulo”, afirmou.

Apesar do quadro favorável para a eleição de Lula, o sociólogo fez um alerta: “Não pode ter ‘salto alto’”. Ele elogiou as articulações políticas do PT, mas disse que ainda “faltam definições programáticas”.

Assista à íntegra da entrevista: