MAS JÁ?

Após fala nazista, áudio sexista e “tour de blonde”, MBL deixa o Podemos

Think tank de extrema direita com contornos neoliberais abandona sigla que abrigou Sergio Moro e estaria, agora, negociando com três partidos após sequência de escândalos

Evento de filiação dos integrantes do MBL ao Podemos (Redes sociais).
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Toda a pompa e circunstância que envolveu a filiação em massa ao Podemos dos integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL), a think tank de extrema direita com discurso neoliberal de mercado que ganhou notoriedade com seu golpismo antipovo, não resistiu à sequência de escândalos envolvendo seus nomes mais proeminentes e chegou ao fim, 50 dias após o evento de gala que formalizou a união.

A turbulência que abalou a parceria com o partido que abrigou o ex-juiz Sergio Moro, pré-candidato à Presidência, começou com a declaração vergonhosa do deputado federal Kim Kataguiri, dirigente do MBL, que defendeu liberdade de expressão para nazistas, durante um episódio do Flow Podcast, no início de fevereiro.

Depois, os áudios de teor sexista, machista, desumano e escatológico vazados de um outro importante membro do grupo, o deputado estadual paulista Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, que foi para a Ucrânia com a justificativa de “cobrir” a guerra, terminaram de azedar a relação com a legenda adotada por Moro. Até o coordenador do MBL, Renan Santos, acusado de fazer turismo sexual no Leste Europeu por Mamãe Falei, no que chamou de “tour de blonde”, pesou no fim da parceira. O próprio Moro foi às redes condenar as falas do parlamentar de São Paulo, deixando claro que não dividiria palanque com ele.

Busca por um novo partido

De acordo com pessoas próximas ao MBL, o grupo extremista estaria negociando filiação com três outros partidos: o União Brasil, Patriotas e o Cidadania, mas a isso só será formalizado após os integrantes da think tank comunicarem formalmente o desligamento dos quadros do Podemos.