ELEIÇÕES 2022

"Nós temos história”, diz Lula em ato de filiação de Requião; veja vídeo

Na primeira vez que retornou à Curitiba - "terra de onde Moro achou que era rei" - após a injusta prisão por 580 dias, Lula lembrou que em seu governo o litro da gasolina custava R$ 2,60 com o barril do petróleo a US$ 147.

Lula e Roberto Requião.Créditos: Ricardo Stuckert
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Em discurso para mais de 3 mil pessoas no fim da noite desta sexta-feira (18), Lula (PT) saudou a filiação ao PT do ex-senador Roberto Requião, que vai entrar na disputa por um quarto mandato no governo do Paraná.

Eles têm a máquina, mas nós temos a verdade estampada das coisas que fizemos no Paraná e no Brasil. Você tem legado, você tem história. Nós temos história”, disse Lula a Requião.

O ex-governador paranaense diz que chega ao PT para a "libertação de um governo que aniquila vorazmente a soberania nacional e suprime os direitos dos trabalhadores".

"A tarefa de reconstrução do país é infinitamente maior do que as nossas diferenças. Acredito, firmemente, crença que se fortalece todo dia, que o Lula, com programa de governo radicalmente comprometido com as classes populares, terá sucesso, uma vitória retumbante que colocará o país novamente no caminho do desenvolvimento, da restituição dos direitos usurpados e da recuperação da soberania nacional", disse Requião, aos 81 anos.

Volta a Curitiba

Em seu discurso, Lula ainda lembrou dos 580 dias da prisão injusta na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

“Hoje eu vivi talvez o dia mais emocionante da minha vida porque, depois que eu saí da PF, é a primeira vez que eu volto a Curitiba e hoje eu fui encontrar com algumas centenas de companheiros que fizeram a Vigília durantes os 580 dias. Eu nunca aceitei a ideia de que o Paraná é um estado conservador, nunca aceitei a ideia de que o Paraná é um estado antipetista. Eu já tive vitórias memoráveis aqui no Paraná, acompanhei a vitória do primeiro prefeito esquerdista do Paraná, o Requião. O estado que tem a coragem de eleger um companheiro como o Requião, um estado que tem a coragem de eleger uma mulher como a Gleisi não pode ser chamado de conservador”, disse Lula.

O petista, no entanto, não deixou de criticar a Lava Jato, responsável pelo processo de lawfare que resultou no golpe que levou Jair Bolsonaro (PL) ao poder.

"Tenho orgulho de estar falando da terra de onde Moro achou que era rei, mentindo para a sociedade brasileira e para a imprensa. Eles pensavam que eu estava destruído [...], mas eu não podia dar o prazer para essa canalhada".

O ex-presidente lembrou de todo o processo do golpe e das consequência de se colocar o golpista Michel Temer (MDB) na Presidência.

“Inventaram uma tal de ponte para o futuro, mas a tal da ponte era só um buraco, não tinha ponte. E passados seis anos do golpe contra a Dilma, como é que tá o Brasil? Quanto tá o quilo do arroz, o quilo de feijão, o quilo da carne, quanto tá o litro de gasolina, quanto tá o litro do óleo diesel, quanto tá o preço dos pedágios por esse país afora? Como está o preço das coisas que nós consumimos todo dia? ‘O preço da gasolina tá caro porque tem guerra na Ucrânia’ O preço da gasolina tá caro porque essa gente que governa este país não presta, não tem compromisso com vocês”, disse.

Lula ainda listou as medidas de destruição do Estado brasileiro e lembrou que no seu governo o litro da gasolina custava R$ 2,60.

“Já provamos que este país não pode se subordinar a ninguém. Na crise de 2008, o barril do petróleo custava 147 dólares e a gasolina no meu governo era apenas R$ 2,60. A gente tinha a BR, mas a BR não prestava, era preciso destruir a BR, ter concorrência porque só o livre mercado vai resolver o problema. Vamos então partilhar a BR e vamos trazer empresa estrangeira pra cá. Hoje, tem 392 empresas importando gasolina a preço de dólar, quando nós produzimos gasolina a preço de real. Sabe pra quê? Porque é preciso pagar dividendos pros acionistas americanos e alguns brasileiros”, disse.

Em coro com Requião, Lula destacou a importância de um Estado forte.

“Agora na pandemia, se não fosse a saúde pública este país teria quebrado e teria morrido muito mais gente. Aos meus 76 anos, eu não acredito em Estado fraco, eu quero um Estado forte. Não um Estado empresarial, mas um Estado indutor do desenvolvimento, um Estado que não gaste todos os seus recursos para pagar juros ao sistema financeiro, mas que garanta numa crise como essa que não falte comida pro nosso povo, que não falte comida, que não falte remédio. Eu quero dizer que se preparem porque o povo vai voltar a governar este país e a Petrobras vai voltar a ser do povo brasileiro, não vamos privatizar o Correio, não vamos privatizar o Banco do Brasil, não vamos privatizar a Caixa Econômica, não vamos destruir o BNDES, não vamos privatizar a Eletrobras”.

Veja o discurso a partir de 1 hora e 33 minutos