EDUARDO PAZUELLO

Pazuello ganha de Bolsonaro reserva remunerada e deve sair a deputado federal

Legado do ex-ministro foram 270 mil mortes por covid, crise de oxigênio em Manaus, compra de cloroquina e atraso na compra de vacinas

Pazuello e Bolsonaro em ato em 06/21.Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi transferido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para a reserva remunerada do Exército, de acordo com publicação do Diário Oficial da União desta sexta-feira (4).

Pazuello solicitou sua passagem para a reserva remunerada no dia 21 de fevereiro com a intenção de disputar uma vaga de deputado federal pelo Rio de Janeiro.

O PL de Bolsonaro deve ser seu destino mais provável.

Reserva remunerada

A reserva remunerada é uma espécie de “aposentadoria” do serviço militar, dado que o general será afastado de suas atribuições e continuará recebendo remuneração. Até então, Pazuello ocupava um cargo na Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, para o qual foi nomeado pelo chefe do Executivo em junho do ano passado.

Pazuello deixou o ministério da Saúde em março de 2021, quando o Brasil contava 279.602 mortes em decorrência da Covid em pouco mais de um ano de pandemia.

Na época, Pazuello passou a ser pressionado para se aposentar após participar de ato político ao lado de Bolsonaro (foto), fato que gerou grande controvérsia e motivou duras críticas de ex-titulares da Defesa.

O comando do Exército, no entanto, considerou que o general não cometeu “transgressão disciplinar” ao subir em carro de som com o presidente e arquivou o procedimento administrativo contra ele.

Má gestão

Durante a gestão de Pazuello, o estado do Amazonas enfrentou a pior fase da pandemia de covid-19, passando por problemas com lotação de UTIs e falta de oxigênio, o que causou a morte de vários pacientes. A empresa White Martins, que fornece o oxigênio para hospitais, enviou, três dias antes do colapso, um e-mail solicitando aponto logístico ao Ministério da Saúde para enviar o insumo para Manaus.

O atraso em relação a outros países afetados pela pandemia, como EUA e Canadá, na compra de vacinas contra a covid-19 pelo governo começou durante a gestão de Pazuello.

A distribuição da cloroquina e da hidroxicloroquina para pacientes com covid-19 durante a sua gestão é investigada pelo Tribunal de Contas da União, que apontou ilegalidade no uso de recursos do SUS.

Com informações do Estadão