ELEIÇÕES 2022

União Brasil enterra Moro e confirma pré-candidatura de Bivar à presidência

O ex-juiz, que trocou o Podemos pelo União, tinha esperança de ver o seu nome lançado para disputar o Planalto

União Brasil enterra Moro e confirma pré-candidatura de Bivar à presidência.Créditos: Lula Marques
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Ao que tudo indica, a pré-candidatura de Sergio Moro à presidência da República está, de fato, enterrada. A Executiva Nacional do União Brasil chancelou, na tarde desta quinta-feira (14), o nome de Luciano Bivar, presidente da sigla, como pré-candidato à Presidência da República. A decisão foi unânime.  

Em nota, os porta-vozes do União Brasil revelaram que pretendem se planejar e se reunir aos demais partidos que buscam formar uma frente de enfrentamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT).

"Para facilitar esse diálogo, na condição de pré-candidato, Bivar se afastará da mesa de negociações e deixará essa tarefa a cargo do vice-presidente nacional do União, Antônio Rueda, do líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento e do líder do partido no Senado, Alcolumbre", diz a nota. 

 

A queda vertiginosa de Sergio Moro

Após deixar o Podemos, partido que o lançou como pré-candidato à presidência, e migrar para o União Brasil, Sergio Moro declarou que o seu nome estava à disposição da legenda para disputar o Palácio do Planalto. No entanto, a declaração do ex-juiz causou uma crise no União Brasil. 

Diante da nova fala do ex-juiz, ACM Neto informou à jornalista Natuza Nery, da GloboNews, que ele e seu grupo apresentarão requerimento para impugnar a filiação. O grupo já havia deixado claro, em nota, que não aceitaria uma candidatura de Moro à presidência. 

"Caso seja do interesse de Moro construir uma candidatura em São Paulo pela legenda, o ex-ministro será muito bem-vindo. Mas, neste momento, não há hipótese de concordarmos com sua pré-candidatura presidencial pelo partido", dizia a nota. 

Acontece que, qualquer que seja o cargo almejado, Moro pode ter as suas pretensões políticas barradas pela Justiça Eleitoral. 

O ex-juiz Sergio Moro, bem como sua esposa, a advogada Rosangela Wolf Moro, estão na mira da Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP), que enviou ao Ministério Público Eleitoral (MPE) do estado uma notícia-crime contra ambos por conta da mudança de domicílio que declararam para disputarem as eleições. 

Recém-filiados ao União Brasil para disputarem uma vaga na Câmara dos Deputados ou no Senado, Moro e Rosângela são paranaenses e sempre viveram no estado, mas declararam à Justiça Eleitoral mudança de domicílio para São Paulo com o objetivo de disputarem o pleito pelo estado. O casal cadastrou junto à Justiça o endereço de um hotel na capital paulista. 

A legislação eleitoral exige que, para um candidato declarar novo domicílio eleitoral, ele deve morar no local há pelo menos três meses e comprovar vínculo com o estado em questão. 

A Procuradoria Eleitoral, no entanto, afirma que Moro e Rosangela, ao mudarem o domicílio eleitoral para São Paulo sem comprovar vínculo com o estado, cometem crime tipificado no código 289 do Código Eleitoral, que trata de "inscrever-se fraudulentamente eleitor”.

A notícia-crime enviada pela Procuradoria ao MPE veio a partir de uma denúncia protocolada pela empresária e ativista social Roberta Luchsinger, que apontou "oportunismo" do casal. 

"Moro não tem palavra, Moro não tem hábito de falar a verdade. Ele e sua esposa acham q estão acima da lei, mas não estão. Estou lutando muito para impedir que eles mais uma vez estuprem a lei", escreveu Roberta, em suas redes sociais, nesta quarta-feira (13).