Sem fazer grandes revelações, o ex-ministro Abraham Weintraub usou a live ao vivo neste domingo (24) - e que durou mais de duas horas - para falar mais do mesmo sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL) suas relações com os militares e o centrão. Embora tenha afirmado que irá votar no ex-chefe, Weintraub disse que o presidente mudou com o passar do tempo e que acredita que ele está sofrendo chantagem.
O ex-ministro também revelou estar magoado com o tratamento recebido pelo clã, por conta das ameaças que ele e o irmão receberam de Bolsonaro em mais de um telefonema, dizendo que eles perderiam o emprego nos EUA, caso voltassem ao Brasil. Aqui, poderiam ser presos e o motivo seria uma possível candidaturas dos dois, um ao governo de São Paulo, outro ao Senado.
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Bolsonaro teria ficado insatisfeito quando o nome do ex-ministro começou a ser sondado para concorrer a um cargo de governador este ano. "'Se continuar essa história de governador... Não estão ganhando em dólar? Vocês perdem isso daí", contou Arthur Weintraub. A conversa teria ocorrido em novembro de 2021.
Segundo o ex-ministro, Bolsonaro vive "síndrome de Estocolmo" do Centrão e que foi "seduzido pelo poder a ponto de humilhar e atacar pessoas que estavam do seu lado desde o início".
"As suas mensagens, presidente, abalaram demais a minha família. Eles sabiam que tinham ameaças e que retirando esse emprego (nos EUA), eles estariam em risco", disse. "Aí ele pegou e tripudiou: 'Ficou magoadinho, é? Ficou magoadinho?', conta.
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"Se ele pedir desculpa, eu perdoo. Vou votar no presidente Bolsonaro? Vou. A outra alternativa é péssima. Mas ele é a pessoa para falar pela direita? Não. O presidente não é Deus. Ele tem defeitos e qualidades" criticou.
Mesmo reconhecendo que Bolsonaro não representa mais o projeto ideológico que foi pensado em 2018, o ex- ministro disse que está tentando reconstruir o sonho conservador.
Militares e centrão
Os irmãos Weintraub também teceram críticas aos militares. Segundo Arthur Weintraub, para os militares a militância bolsonarista não vale nada", disse ele.
O ex-assessor de Bolsonaro disse que os generais começaram a envenenar o presidente contra o meu irmão por conta de sua posição contra o acordo", se referindo a proximidade com o Centrão.
A live teve a presença do irmão de Abraham, Arthur, e o também ex-ministro Ernesto Araújo.
Briga com Eduardo Bolsonaro
O clima havia esquentado mais cedo, entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub e seu irmão, Arthur Weintraub, após críticas ao indulto concedido por Jair Bolsonaro (PL) ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"São uns filhos de uma p*ta! Desculpa, mas não há outra palavra", disparou Eduardo Bolsonaro, através do Twitter, ao comentar uma declaração de Arthur Weintraub, dizendo que o indulto de Bolsonaro a Silveira cria "precedentes péssimos".
Abraham Weintraub, por sua vez, foi às redes sociais na noite deste sábado (23) para responder ao filho do presidente. "Aguardo o Eduardo Bolsonaro me procurar, após ofender minha falecida mãe. Quer conversar em particular? Debater em publico? Falar pessoalmente? Cedo ou tarde irei te encontrar (isso não é ameaça de violência física) e você não vai gostar", provocou o ex-ministro.
Em postagem no Twitter, o ex-aliado do presidente afirmou que o parlamentar não iria gostar de um encontro entre eles e que, mais cedo ou mais tarde, isso iria acontecer.