MAIS CORRUPÇÃO

Busão do Bolsonaro: PT aciona TCU para investigar superfaturamento de ônibus escolares

Partido quer que Tribunal de Contas da União passo pente fino na licitação do MEC que pretendia pagar, por vontade própria, 54% a mais em relação ao valor estipulado pelo FNDE em veículos para estudantes

Bolsonaro dirige ônibus em Brasília.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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O Partido dos Trabalhadores (PT) entrou com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) para que uma licitação com evidentes indícios de superfaturamento lançada pelo Ministério da Educação (MEC) seja objeto de investigação por parte do órgão. Nela, técnicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) estipularam que o preço máximo de cada ônibus escolar comprado pela pasta não deveria passar de R$ 270 mil, totalizando quase R$ 1,3 bilhão por 3.850 veículos. Com o preço acima da média, o gasto seria de 2,04 bilhão, um aumento de 55%, ou seja, R$ 720 milhões a mais.

“A presente representação pretende apontar irregularidades a serem investigadas por esta Corte de Contas na operação para a licitação para a compra de ônibus escolares que foi montada dentro do FNDE, inclusive com orientações contrárias dos órgãos de controle e da própria área técnica, que apontaram risco de sobrepreço nos valores dos ônibus”, diz o trecho inicial do documento peticionado pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), líder da legenda na Câmara.

O novo escândalo de corrupção envolvendo o MEC surgiu no último domingo (3), após documentos obtidos pelo jornal Estadão mostrarem que o governo Bolsonaro abriu um processo de licitação para pagar valores muito maiores que o previsto em ônibus escolares destinados ao transporte de estudantes em áreas rurais. O valor dava um salto muito grande em relação aos preços determinados pelos técnicos do FNDE.

O termo "Bolsolão do Busão" amanheceu na lista de assuntos mais comentados do Twitter no domingo (3), causando revolta em usuários das redes sociais diante da notícia de que mais transações obscuras vêm ocorrendo na pasta que há menos de duas semanas tornou-se epicentro da trama de propina montada pelo gabinete paralelo de pastores que determinava quem receberia verbas públicas para construção de escolas, com a anuência do agora ex-ministro Milton Ribeiro.