Empresários ouvidos pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo que participaram do jantar com Gleisi Hoffmann (PT-PR) na noite desta segunda-feira (4) na casa de João Camargo, do Esfera Brasil, disseram que a presidenta do PT teria prometido manter Roberto Campos Neto à frente do Banco Central até 2024, quando vence o prazo de seu primeiro mandato - que tem ainda mais uma renovação possível.
Gleisi teria sido interrogada se o plano seria convidar novamente Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central nos oito anos de governo Lula (2003-10), para o posto.
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No entanto, diante da autonomia do Banco Central, aprovada no governo Jair Bolsonaro (PL), Gleisi teria dito que o PT não pretende rasgar a lei.
Participaram da reunião ao menos dois empresários que declaradamente apoiaram a candidatura de Bolsonaro em 2018: Flávio Rocha, da Riachuelo, e Eugênio Mattar, sócio do irmão Salim - ex-secretário nacional de privatizações - na Localiza.
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Além deles, participaram Rafael Furlanetti, da XP, e Abílio Diniz, do Pão de Açúcar/Península, que chegou a participar do Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social - o Conselhão - criado no governo Lula.
Posição mantida contra privatizações
Gleisi, que estava acompanhado pelo economista Gabriel Galípolo, de 39 anos, ex-presidente do Banco Fator, marcou posição em relação a temas já defendidos por Lula.
Em relação à Petrobras, a presidenta do PT disse que Lula defende uma suavização da transferência dos custos internacionais, sinalizando o fortalecimento da estrtura de refino e transportes, que foram alvos de desmontes desde o governo golpísta de Michel Temer (MDB).
Ela também marcou posição em relação às privatizações: contra tanto da Petrobras, quanto da Eletrobras.
Gleisi também afirmou, em coro com Lula, que o teto de gastos deve chegar ao fim por não ter mais efeito prático.
A presidenta do PT ainda falou sobre mudanças na reforma trabalhista de Temer, dizendo que as alterações tem pontos ruins para os trabalhadores.