ELEIÇÕES 2022

Lula relembra Juscelino e diz: “Faremos 40 anos em quatro”

Em discurso em Juiz de Fora, o ex-presidente voltou a criticar Bolsonaro: “No meu governo não morreriam 640 mil pessoas sem vacina”

Lula fez discurso acalorado em Juiz de Fora.Créditos: Ricardo Stuckert
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Durante sua visita a Juiz de Fora, em Minas Gerais, nesta quarta-feira (11), Lula (PT) fez um discurso acalorado. Ele lembrou uma frase famosa de um ex-presidente mineiro e afirmou: “Faremos 40 anos em quatro”.

A referência foi a Juscelino Kubitschek, presidente do Brasil de 1956 a 1961, cujo lema era “50 anos em cinco”.

“Não posso fazer promessas, porque preciso fazer mais do que já fiz. Se empatar, eu perdi. Vamos mostrar que é possível fazer 10, 15, 20 anos em quatro. O Juscelino disse que faria 50 anos em cinco. Nós faremos 40 anos em quatro. Mas vamos precisar de vocês”, afirmou Lula.

Ele se encontrou com a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT) e com lideranças locais e nacionais.

O ex-presidente também ressaltou a necessidade de se valorizar o Sistema Único de Saúde (SUS) e seus trabalhadores. E criticou Jair Bolsonaro (PL).

“No meu governo não morreriam 640 mil pessoas sem vacina. Em três meses, nós vacinamos 83 milhões de pessoas contra o H1N1, Esse país tem cultura de vacina. Por isso, é fundamental valorizar o SUS e seus funcionários, que lutaram contra a vontade de um governo negacionista”, destacou.

Lula ressaltou, ainda, que em dois anos de pandemia da Covid-19, Bolsonaro “não foi capaz de derramar uma lágrima, porque ele não se importa com os mortos, só dizia que quem tomasse a vacina iria virar jacaré, gay”.

“Esse presidente da República é um fanfarrão, só sabe contar mentira”

Em relação à economia do país, o petista disse: “Metade da inflação é por causa dos preços controlados, energia elétrica, diesel, gás, gasolina. Esse presidente da República é um fanfarrão, só sabe contar mentira. Por isso, prefere não dar entrevista, faz live”.

"Nós andamos para trás, o salário do povo está menor, ninguém consegue comprar um botijão de gás, encher o tanque de um carro", acrescentou.

Não haverá teto de gastos no nosso governo. Não que eu vá ser irresponsável e gastar para endividar o futuro da nação, não. É porque nós vamos ter que gastar com aquilo que é necessário, como a educação, para que possamos produzir”, afirmou.

“Quem se meter a privatizar a Petrobras, vai conversar conosco depois das eleições”

Lula ainda mandou um recado: “Parem de tentar privatizar as nossas empresas públicas. Quem se meter a privatizar a Petrobras, vai conversar conosco depois das eleições. Os empresários não podem privatizar Eletrobras, Correio, Banco do Brasil, BNDES, BNB, Caixa Econômica. Aprendam a trabalhar, a investir e fazer política econômica”, apontou.

“A elite nunca levou a sério a educação para todos”

Lula abordou a deficiência na educação do país em tempos de Bolsonaro. “Nunca se levou a sério a educação para o povo de baixo. O país tem uma dívida com a educação. A primeira universidade criada no Peru foi em 1554. A primeira no Brasil surgiu somente em 1920, porque o rei da Bélgica iria visitar aqui e precisava de um título de doutor honoris causa para dar a ele. Isso prova que a elite nunca levou a sério a educação para todos”.

“No dia 2 de outubro, o povo brasileiro vai dar um golpe contra o autoritarismo”

O ex-presidente disse que Bolsonaro fala muito em golpe. “Mas no dia 2 de outubro, o povo brasileiro vai dar um golpe contra o autoritarismo dele. Vai ser um golpe popular para restabelecer a democracia, um golpe sem armas.”