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Ciro Gomes vai às redes para defender sua permanência na disputa presidencial

Declaração do pedetista vem após nova pesquisa mostrar que Lula pode vencer já no primeiro turno e testar cenário sem seu nome no páreo

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O pré-candidato do PDT à presidência, Ciro Gomes, foi às redes sociais nesta quarta-feira (11) para defender sua permanência na disputa pelo Palácio do Planalto, afirmando que vencerá no 2º turno, apesar de, até o momento, não ter atingido os dois dígitos nas pesquisas de intenção de voto. 

"Irei até o fim e vencerei no 2º turno. Se tivessem inteligência – e amor pelo Brasil – os que defendem o contrário saberiam que o risco maior para Lula – e para a nação – não está na minha permanência, mas numa retirada", escreveu o pedetista. 

A declaração vem após a divulgação da nova pesquisa Genial/Quaest que aponta, se forem considerados apenas os votos válidos, que Lula (PT) pode liquidar o pleito já no primeiro turno. Nos últimos dias, se intensificou no debate político a tese da retirada da candidatura de Ciro pois, assim, uma vitória do ex-presidente no primeiro turno seria ainda mais certa. A Quaest, inclusive, testou cenários sem a presença do ex-ministro na disputa, e em todos Lula foi beneficiado

"Sem a minha candidatura, a polarização aumentaria em um momento em que Lula estagnou e Bolsonaro se sustenta. Porque a resiliência do genocida é menos ilógica do que aparenta. Ela está fortemente ancorada no antipetismo", prosseguiu o pré-candidato do PDT. 

Segundo Ciro, que na nova pesquisa Quaest registrou 7% das intenções de voto, "só há uma remota saída para o lulismo: mudar o eixo da campanha, fazer autocrítica e não insistir em falsas soluções". 

"Para mim, há um caminho sem limites de crescimento porque tenho programa, tenho passado limpo e uma infatigável disposição para a luta", argumenta. 

Confira a íntegra da nota

Metade dos eleitores de Ciro dizem que podem mudar de voto 

Segundo o levantamento CNT/MDA divulgado na terça-feira (10), quase metade (49%) dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) afirmaram que podem mudar o voto. Trata-se de um dos índices mais altos de volatilidade, sendo superado apenas pelo registrado entre os eleitores de João Doria (PSDB): 65,1%. Entre os eleitores de Bolsonaro, 17,9% afirmam que podem mudar o voto, enquanto o índice entre os eleitores de Lula é de 21,9%. 

O petista e o atual presidente possuem, ainda, os maiores índices de definição de voto: 78,1% afirmaram que votarão em Lula com certeza, enquanto este número é de 82,1% entre os apoiadores de Bolsonaro. 

O titular do Palácio do Planalto, de acordo com o estudo, no entanto, é o candidato mais rejeitado: 53,9% dos entrevistados disseram que não votarão em Bolsonaro de jeito nenhum. Com relação a Lula, este índice é de 44,1%, e com Ciro de 48,2%. 

Os dados da nova pesquisa CNT/MDA confirmam a tese encampada pelo sociólogo Marcos Coimbra, do Instituto Vox Populi, compartilhada em entrevista ao Fórum Café na última sexta-feira (6): de que parte do eleitorado de Ciro Gomes pode abandoná-lo antes das eleições e, com isso, ser o empurrão final para que o ex-presidente Lula vença o pleito no primeiro turno. 

Da mesma forma como o eleitorado de Moro, que tem afinidade ideológica com Bolsonaro, migrou quase todo para Bolsonaro, o eleitorado de Ciro, na avaliação de Coimbra, deverá migrar naturalmente migrar para Lula. 

A situação de Ciro Gomes é tão difícil que ele está em terceiro lugar no Ceará, o estado onde fez sua carreira política. “Ciro tem metade das intenções de voto de  Bolsonaro no Ceará, não sei o que ele espera que aconteça no próprio estado dele. O fato é que lá acontece o mesmo que no resto do país: quem é progressista está escolhendo Lula e quem é conservador está com Bolsonaro. Esta é uma eleição com apenas dois candidatos, mesmo no Ceará, onde ele não chega a dois dígitos”, afirmou o sócio do Instituto Vox Populi.