GOLPISMO INCONTROLÁVEL

Bolsonaro exige auditoria da CGU, AGU e de militares “para ter eleição”, diz jornalista

Colunista de O Globo afirma que participante de reunião com o presidente revelou plano do líder extremista para “aceitar” (ou melar) o pleito de outubro

Créditos: Clauber Cleber Caetano/PR
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“Se não tiver auditoria, não vai ter eleição.” Segundo a colunista Malu Gaspar, do diário conservador carioca O Globo, uma fonte presente numa recente reunião convocada por Jair Bolsonaro para tratar do pleito de outubro a revelou que o presidente está tramando abertamente para “melar” a disputa eleitoral deste ano. O extremista já foi informado de que não haverá nada de anormal na corrida presidencial e tudo será organizado pelo TSE, como sempre.

O problema é que Bolsonaro estaria aumentando as “exigências” absurdas e colocando “condições” cada vez mais inaceitáveis para disputar o Palácio do Planalto com Lula. De acordo com a jornalista, agora o político de extrema-direita quer três auditorias paralelas à apuração da Justiça Eleitoral, nomeadamente realizadas pela Controladoria-Geral da União (CGU), Advocacia-Geral da União (AGU) e pelas Forças Armadas, conforme contou sua fonte.

Nos planos sem pé nem cabeça do atual presidente, esses três grupos fariam a “validação” dos resultados apurados pelo TSE, além da empresa privada de auditoria que ele diz que será contratada com recursos públicos. Nada poderia ser mais bizarro e risível, não fosse por uma decisão passada da Justiça Eleitoral que lhe deixou com algumas brechas.

Resolução do TSE dá brecha para exigências absurdas

No mesmo artigo que informa sobre as “condições” impostas por Jair Bolsonaro, a colunista do jornal carioca afirma que fontes do mundo jurídico veem a investida do presidente como plausível e “dentro das regras do jogo”. O motivo seria a resolução 23.673 do Tribunal Superior Eleitoral, aprovada em plenário no fim de 2021, na qual ficou expresso que “entidades poderão se consorciar” com a finalidade de fiscalizar e auditar o sistema eletrônico de votação.

O texto aprovado pela Justiça Eleitoral teria deixado a porta aberta para o golpismo de Bolsonaro, uma vez que reconhece os partidos políticos, a CGU e as Forças Armadas como “entidades fiscalizadoras legitimadas” para participar da fiscalização de todo o pleito.