FARRA DAS DIÁRIAS

Dallagnol usou "Dez Medidas Contra a Corrupção" para projeto político pessoal, diz TCU

Nesta quarta-feira (25) o ex-procurador deu chilique nas redes ao receber o boleto de R$ 2,8 milhões para ressarcir os cofres públicos pela farra das diárias

Deltan Dallagnol Créditos: Reprodução Twitter
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O ex-procurador Deltan Dallagnol que deu chilique nas redes ao receber o boleto de R$ 2,8 milhões para ressarcir os cofres públicos pela farra das diárias, deve continuar passando por dias turbulentos.

Isso porque o Tribunal de Contas da União (TCU), vai continuar passando pente fino nos gastos do ex-procurador, especialmente nas viagens que ele fez, quando coordenava a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba para divulgar as "Dez Medidas Contra a Corrupção".

As apurações dos auditores  já identificaram visitas a cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Porto Alegre, todas bancadas por dinheiro público. Nesses encontros, o então procurador participava de reuniões e fazia palestras para divulgar as ideias do grupo sobre o combate à corrupção.

Para o TCU, a estratégia de Dallagnol sempre foi pavimentar o caminho para alçá-lo às eleições parlamentares de 2022. E não como uma atividade relacionada objetivamente às investigações que estavam em curso.

Em uma gravação de  vídeo,  Dallagnol visivelmente desesperado afirmou que o TCU "quer colocar na minha conta, quer cobrar de mim e de outros procuradores da Lava Jato, o dinheiro que foi investido para recuperar R$ 15 bilhões para sociedade". 

Ele tenta justificar que "para recuperar isso, a gente trouxe procuradores especialistas de todo o país, pessoas especializadas em lavagem de dinheiro, em combate à corrupção para trabalhar aqui. Para isso, como qualquer empresa paga, foram pagas passagens aéreas para essas pessoas virem trabalhar, dinheiro para eles pagarem hotel, alimentação, como qualquer empresa pagaria."

Ele diz ainda que não era "administrador do Ministério Público", e que portanto não pode ser responsabilizado pelo pagamento das diárias. "Não mandei pagar diária, não recebi essas diárias, não autorizei", afirmou.


Investigações em curso


O TCU já investiga o pagamento de diárias de viagens a procuradores que eram de outras cidades mas que, na verdade, moravam em Curitiba na época da Lava Jato. Em sete anos, a operação consumiu R$ 7,5 milhões em passagens aéreas.