ELEIÇÕES 2022

Lula recebe apoio oficial do Solidariedade e garante: "Não vou fazer campanha só pelas redes"

Ato em São Paulo que selou apoio do partido de Paulinho da Força a Lula reuniu lideranças de outras legendas, como o PSD, rendeu novos elogios de Alckmin ao petista e sinalização de que terá mais de um palanque em PE

Geraldo Alckmin, Lula e Paulinho da Força no ato que selou o apoio do Solidariedade ao petista.Créditos: Reprodução/Twitter
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O Solidariedade, partido presidido por Paulinho da Força, oficializou nesta terça-feira (3) o apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT) ao Palácio do Planalto com um ato político realizado em São Paulo.

Com a aliança, já são 7 partidos compondo frente em torno da candidatura do petista: além do Solidariedade e do próprio PT, PSB, PCdoB, PV, Rede e PSOL. Há ainda a expectativa de que o PSD, de Gilberto Kassab, entre para o grupo. No ato desta terça-feira, lideranças do partido, como o senador Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD-AM), por exemplo, marcaram presença. Ainda há conversas do PT com políticos do MDB. 

Durante o evento, os políticos presentes fizeram discursos contundentes em apoio a Lula. O presidente do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força, foi um deles. O ex-sindicalista garantiu que o petista será seu candidato à presidência após um episódio que quase melou a aliança: ele foi vaiado por um pequeno grupo durante um ato com Lula, recentemente, e chegou, na mesma semana, a se reunir com o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e com o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que ainda ensaia uma candidatura de "terceira via". 

Contornados os desentendimentos, Paulinho da Força afirmou, no ato, que "Lula vai reconstruir o Brasil". "Você tem nossa confiança. Nós vamos enfrentar uma guerra não da direita do Brasil, vamos enfrentar uma guerra com a direita do mundo. Por isso, o Solidariedade aqui hoje declara apoio a você", disse o deputado, dirigindo-se ao ex-presidente. 

Candidato a vice na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) também rasgou elogios ao ex-presidente. "No tempo do Lula, o salário mínimo cresceu muito acima da inflação, o povo consumiu, a economia avançou, o emprego cresceu. Hoje, a gente vê um ajuste fiscal acima do mais pobre e não repõe nem a inflação, pois a inflação de alimentos, de comida, é muito mais alta. O tomate está 116% mais alto, o preço dos alimentos, da carestia”, declarou o ex-tucano, emendando: "A esperança do Brasil é o presidente Lula". 

Presente no evento, a deputada federal Marília Arraes, que recentemente saiu do PT e se filiou ao Solidariedade para se candidatar ao governo de Pernambuco, reforçou seu apoio a Lula, apesar do petista já ter afirmado que seu candidato no estado será Danilo Cabral, para cumprir o acordo que tem com o PSB. 

Em seu discurso, Marília propôs que Lula adote o programa "Chapéu de Palha Brasil", uma versão nacional do Chapéu de Palha criado por Miguel Arraes, na década de 1980, em Pernambuco, e que também é uma promessa de campanha da própria parlamentar. 

Marília Arraes presenteia Lula com um chapéu de palha

"Quero sugerir em nome do nosso partido que seja incluído no seu plano de governo o Chapéu de Palha Brasil. Miguel Arraes foi o primeiro governador a instituir uma política social de inclusão de renda para o trabalhador rural. O Chapéu de Palha Brasil será um programa de apoio aos trabalhadores rurais safristas, do campo, mas também para as pessoas da cidade que precisam de geração de emprego e renda", disse. 

Campanha e palanque duplo em Pernambuco 

Lula, ao discursar, sinalizou que, apesar de seu candidato em Pernambuco ser Danilo Cabral, pode subir no palanque de Marília Arraes. Ele já havia dito em entrevistas que autorizaria a deputada a usar sua imagem na campanha. 

"Quero saudar a companheira Marília Arraes, pré-candidata ao Governo de Pernambuco, e lembrar do palanque das Diretas Já, em que subi ao lado de diversos companheiros, como Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco, e tantas outras pessoas que pensam e pensaram num país mais justo", disso o ex-presidente. 

O petista garantiu, ainda, que não se limitará às redes sociais e que fará campanha presencialmente, contrariando o discurso de bolsonaristas de que o ex-presidente "não pode sair às ruas". 

"Eu vou viajar pelo Brasil para conversar com o povo brasileiro. Não vou fazer campanha só pelas redes sociais. E quero apresentar em cada Estado uma lista de candidaturas ao Congresso e Senado comprometidas com a sociedade", pontuou.