POLÍTICA

Daniel Silveira recusa nova tornozeleira enquanto funcionários propagam fake news

Nesta quarta-feira (4) Silveira se negou a receber intimação do Supremo e comunicou que vai continuar sem o equipamento. Indignados, magistrados da corte já se referem ao parlamentar como "marginal"

Daniel SilveiraCréditos: Reprodução de Vídeo
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O deputado bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ) ainda não compareceu à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) para receber a nova tornozeleira eletrônica.

Silveira não só descumpriu mais uma determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na terça-feira (3), como enviou o equipamento por meio do advogado. 

A Seape-DF, por sua vez, confirmou o recebimento e determinou que o equipamento seja periciado para apurar possíveis problemas ou danos causados pelo próprio deputado. 

Nesta quarta-feira (4) Silveira se negou a receber o mandado de intimação do Supremo e comunicou que vai continuar sem a tornozeleira.  

A insistência do deputado em desobedecer determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) tem causado a indignação de magistrados da corte. Há ministros que se referem ao parlamentar agora apenas como "marginal".

Apesar do indulto de  Bolsonaro tê-lo livrado do cumprimento da pena pela condenação - só que ocorreria quando se esgotassem todos os recursos da defesa - o processo ainda corre no Supremo.


 Rede de Fake News


Enquanto descumpre as decisões judiciais do STF, os funcionários do gabinete do parlamentar propagam notícias falsas na internet contra ministros da corte e o ex-presidente Lula (PT).

Entre os funcionários que disseminam fake news, está o assessor Paulo Eduardo Lopes

De acordo com o Uol, há alguns dias, o assessor atribuiu ao ministro do STF Luís Roberto Barroso uma declaração dando conta de que Bolsonaro só seria eleito "por cima do seu cadáver". A falsa declaração teria ocorrido em suposta live com juízes franceses. "Tal encontro virtual nunca aconteceu", escreveu Barroso em nota divulgada no site do STF.

Outra assessora de Silveira, Patrícia Rodrigues Azevedo, compartilhou uma edição de vídeo do ex-presidente Lula em que ele supostamente se declara líder de uma organização criminosa. 

Na verdade, trata-se de uma edição maliciosa de vídeo em que o Lula se refere à forma como entendia ser visto por integrantes da força-tarefa da Lava Jato, e não uma confissão de culpa, como faz supor o vídeo compartilhado pela assessora.

Por meio de sua assessoria jurídica, Daniel Silveira  informou não ter "controle ou ingerência" sobre o que os assessores publicam em suas redes.  O deputado também questionou os métodos de verificação de conteúdo por parte das plataformas, que para ele seriam realizadas por pessoas supostamente "ligadas a vieses ideológicos distintos dele".