ELEIÇÕES 2022

Jean Wyllys critica imprensa corporativa e “alfineta” Rita von Hunty

“Fazer declarações públicas que desestimulem o voto em Lula já no primeiro turno não passa de irresponsabilidade e apoio indireto a Bolsonaro”, postou o jornalista

Jean Wyllys ressaltou "o risco real de um golpe por parte do fascista Bolsonaro".Créditos: Ana Remacha
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O jornalista, ativista e ex-deputado Jean Wyllys (PT) usou as redes sociais para desabafar contra a conduta da imprensa corporativa. Ele destacou o papel prejudicial de veículos em relação à campanha do ex-presidente Lula (PT).

Em sua sequência de tuites, Jean aproveitou para criticar, também, a maneira como a mídia tradicional deu espaço à youtuber e drag Rita von Hunty, que não recomendou voto no ex-presidente no primeiro turno.

“Esse clima nacionalista embalou o tom de reconciliação com os golpistas responsáveis pela desgraça que hoje acomete os trabalhadores e povos pobres do Brasil. Boa parte do discurso de Alckmin foi para tentar limpar ares de Temer ao seu redor”, disse Rita.

“Eu fico profundamente triste como o cenário vai se construindo para a política institucional no Brasil, mais uma vez, mesmo havendo pouquíssima expectativa. Esperava ao menos dignidade de Lula em assumir o compromisso com uma agenda que revogasse (no mínimo) as reformas-neoliberais de 6 anos de Temer-Bolsonaro. Nem isso tivemos”, acrescentou.

“Acredito que, mais do que nunca, este momento nos compele a um voto radical no primeiro turno, que cumpre também uma função de mostrar nossa recusa e insatisfação a esta chapa”, destacou.

Veja a resposta de Jean Wyllys:

“A imprensa corporativa que não só nunca dá espaço a lideranças, ativistas e/ou parlamentares de esquerda, como os difama quando têm a oportunidade; esta imprensa agora promove qualquer pessoa de esquerda que ataque o Lula ou não recomende voto em sua chapa no 1º turno”, disse.

“As deputadas e vereadores negras e/ou trans, as ativistas feministas eleitas, as lideranças indígenas e as do MST ou MTST nunca têm espaço, ao passo que a direita e extrema direita toda são convidadas a falar e viram notícia, numa propaganda descarada maldisfarçada”, avaliou Jean.

O jornalista continuou: “Aí, quando alguma voz da esquerda, por ressentimento, ideologia cega ou ‘utopia’ dão margem a ataques a Lula e ao PT, sobretudo em eleições, ela automaticamente se torna fonte da imprensa corporativa; vira ‘notícia’ em suas redes, passam a ser ‘ouvidas’”.

“O objetivo da imprensa corporativa é, com isto, sabotar a frente ampla democrática e colocar o campo da esquerda em luta fratricida para impedir a vitória de Lula e Alckmin já no primeiro turno. E nós sabemos que foi esta mesma imprensa que ajudou a eleger Bolsonaro”, relembrou.

“Então, em minha avaliação, essas figuras da esquerda pinçadas cirurgicamente pela imprensa corporativa para executar sua sabotagem à frente ampla democrática estão mais interessadas em suas teorias e leituras do marxismo quando não em sua vaidade do que no povo em sofrimento”, considerou Jean.

“Com o risco real de um golpe por parte do fascista Bolsonaro e dos militares de seu governo, fazer declarações públicas que desestimulem o voto em Lula já no primeiro turno não passa de irresponsabilidade e apoio indireto a Bolsonaro, já que só Lula pode derrotá-lo”, completou.