O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu fazer uma live, em sua página no Facebook, na noite desta quarta (1), para rebater o fato de ter recebido uma representação do PL, partido de Jair Bolsonaro, com o objetivo de cassar seu mandato, por meio do Conselho de Ética da Câmara.
“Vamos enfrentar o Arthur Lira e os capangas do Bolsonaro na Corregedoria e no Conselho de Ética. Quem quebrou o decoro foi o Lira. Já decidi que vamos entrar na Corregedoria contra ele e o partido deve entrar também no Conselho de Ética”, declarou Braga.
Durante a live, o parlamentar relembrou o que ocorreu na sessão de terça (31), quando foi censurado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“Ele disse que colocaria em votação no plenário a privatização da Petrobras, de forma escamoteada. Ao invés de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que precisa dos votos de 308 deputados para ser aprovada, ele, sorrateiramente, quer emplacar um projeto de lei (PL) que prevê que a União deixe de ter maioria das ações. É privatizar também e por maioria simples. É uma articulação absurda, fraude flagrante”, destacou.
“Caso consiga, evidentemente ele vai contar, para aprovação, com a influência enorme do orçamento secreto, que são R$ 16 bilhões irrigando a base bolsonarista”, ressaltou.
Entenda o caso
Durante sessão de terça (31), Lira ameaçou Braga de retirá-lo à força do plenário, após ter sido chamado de “ditador”.
“O deputado Glauber pode fazer o carnaval que ele quiser, mas se ele continuar faltando com o respeito à Casa ou a qualquer deputado, eu usarei de medidas mais duras para retirá-lo do plenário”, ameaçou Lira, em tom autoritário, cortando o microfone de Braga.
O psolista não se intimidou e desafiou o presidente da Câmara a usar a força para tirá-lo da sessão. "O senhor não tem vergonha", disse.
A confusão ocorreu após Braga questionar a fala do presidente da Câmara sobre pautar a privatização da Petrobras em uma manobra que dependa, apenas, de maioria simples.
Depois disso, em entrevista à Fórum, Braga declarou: “O Lira pode fazer qualquer tipo de ameaça, mas não adianta. Não vou me intimidar. O que esse cara está tentando fazer é um crime de lesa-pátria. Entregar a Petrobras, privatizar a Petrobras, em uma votação de maioria simples é um absurdo”, afirmou.
“Gera uma indignação que eu não tenho como ficar calado. Se o mandato não servir para se insurgir contra esse tipo de arbitrariedade, não serve para nada. O mandato tem que servir para enfrentar essa turma”, acrescentou.