COMBUSTÍVEIS

Lira entra em desespero com aumento dos combustíveis e leva invertida de petroleiros

Em tuíte que parecia falar de sua atuação na Presidência da Câmara, Arthur Lira disse que a Petrobras "trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país"

Créditos: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Escrito en POLÍTICA el

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) usou as redes sociais para demonstrar seu desespero com o aumento no preço dos combustíveis anunciado pela Petrobras nesta sexta-feira (17). A medida, que irá prejudicar e muito o bolso do trabalhador, também atrapalha os planos de Lira de se reeleger e reeleger o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O presidente da Petrobras tem que renunciar imediatamente. Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa - o Brasil - e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país", escreveu Lira no Twitter.

"Ele só representa a si mesmo e o que faz deixará um legado de destruição para a empresa, para o país e para o povo. Saia!!! Pois sua gestão é um ato de terrorismo corporativo", completou. O presidente da Petrobras, , representa, na verdade, uma política neoliberal que vem sendo adotada desde o governo Michel Temer e que foi mantida no governo Bolsonaro com as benças do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Essa tentativa de Lira de livrar Bolsonaro da responsabilidade e de acusar o presidente da Petrobras de fazer algo próximo do que ele faz na condução da Câmara - trabalhar sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país - rendeu críticas nas redes sociais.

"Quem tem que renunciar no caso é o presidente do Brasil, seu cínico", escreveu a Federação Única dos Petroleiros (FUP). "Ué? Mas recentemente você estava querendo privatizar a Petrobras... Depois que privatizar e eles aumentarem mais e mais os lucros, você vai exigir a renúncia do presidente tbm?", lembrou o perfil Desmentindo Bozo.

"Bolsonaro debocha dos brasileiros", diz FUP

A FUP, inclusive, criticou fortemente o governo Bolsonaro pelo anúncio da Petrobras. "O novo aumento do diesel e da gasolina é mais um descaso do governo Bolsonaro com o trabalhador brasileiro, a maior vítima da disparada dos preços dos derivados e descontrole da inflação", disse Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP.

"Bolsonaro debocha dos brasileiros com seu discurso eleitoreiro contra reajustes de combustíveis, enquanto mantém a política de preço de paridade de importação (PPI), com aumentos baseados no preço internacional do petróleo, variação cambial e custos de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo, com custos em real. E, agora, a quatro meses das eleições, Bolsonaro se diz contrário às altas dos derivados, as quais deveria ter combatido desde o início de seu governo”, completou. Apesar de Bolsonaro ter criticado os aumentos, o Ministério da Economia defenda a manutenção da PPI.