INVESTIGAÇÃO

Senadores do PT entram com notícia-crime no STF e querem quebra de sigilo de Bolsonaro

O objetivo é investigar possíveis crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente, após declarações de Roberto Castello Branco

Bolsonaro é alvo de investigação.Créditos: Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
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Os senadores do PT ingressaram, nesta terça-feira (28), no Supremo Tribunal Federal (STF), com objetivo de pedir investigação de possíveis crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro (PL).

Os parlamentares pedem, ainda, quebra de sigilo telefônico e telemático de Bolsonaro e do ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco.

A medida foi tomada após declarações do economista, que afirmou ter mensagens em seu celular que incriminam o chefe do Executivo.

Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade (sic). Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião. Não aceito 90% deles [dos convites] e quando falo procuro evitar ataques”, disse Castello Branco, em uma das mensagens enviadas ao economista Rubem Novaes. 

“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, acrescentou Castello Branco. 

O ex-presidente da Petrobras ainda classificou Bolsonaro como "psicopata", ainda em conversa com Novaes: “Já ouvi de seu presidente psicopata que nos vagões dos trens da Vale, dentro da carga de minério de ferro vendido para os chineses, ia um monte de ouro”.

Parlamentares argumentam que existem indicativos de crime de prevaricação

“As palavras enunciadas pelo ex-Presidente da Petrobrás S/A Roberto Castello Branco – nomeado pelo Presidente Jair Bolsonaro, afiançado pelo Ministro da Economia Paulo Guedes – apontam para fatos que muito vulneram a lisura e licitude de conduta do Presidente da República e, em que pese não haja um contorno claro de tipificações, são contundentes os indícios de crime de responsabilidade, e impõem, com devida vênia, como inexorável, a busca por meio de prova que será o mais contundente. Faz-se presente a fumaça do cometimento de crime, e de elevada gravidade”, ressaltou trecho do documento.

“Ao que se indicia, a gestão temerária de uma empresa estatal – que é patrimônio valioso de toda a nação -, que atrai investidores de todas as partes do mundo, está nas próprias atitudes do Presidente da República, que implanta crise, e, como se vê no cotidiano dos jornais e, inclusive, no trâmite de ações perante essa Suprema Corte, em que se constata a adoção de uma política do Governo federal que, dia a dia, mina os valores da Petrobrás S/A, não apenas como patrimônio nacional que é, mas também patrimônio de investidores privados”, acrescentou. 

A solicitação deverá ser distribuída a um ministro relator no STF, que deverá analisar os pedidos contidos na notícia-crime. 

O documento é assinado pelos senadores Paulo Rocha (PT-PA), Humberto Costa (PT-PE), Fabiano Contarato (PT-ES), Jaques Wagner (PT-BA), Jean Paulo Prates (PT-RN), Paulo Paim (PT-RS) e Rogério Carvalho (PT-SE).