GOVERNO BOLSONARO

Guimarães vai a evento da Caixa ao lado da esposa, Manuella, filha de Léo Pinheiro: "quase 20 anos juntos, dois filhos"

Conselheiros denunciam que comando da Caixa sabia das denúncias de assédios cometidos por Guimarães. Aqueles que ajudaram a acobertar os casos de violência sexual teriam recebido promoção.

Pedro Guimarães em evento da Caixa e com a esposa, Manuella Pinheiro.Créditos: Youtube/Instagram
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Após divulgação de denúncias sobre assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa, Pedro Guimarães, presidente do banco estatal, chegou acompanhado da esposa, Manuella Pinheiro Guimarães, ao evento de lançamento do Plano Safra Caixa 2022/23 na manhã desta quarta-feira (29). Na noite anterior, a instituição havia dito que Guimarães não iria ao ato.

“São quase 20 anos juntos, dois filhos, e uma vida inteira pautada pela ética. Tanto é verdade que, quando eu assumi o banco, o banco tinha os piores ratings (índices) das estatais”, disse em seu discurso.

Manuella, que estava na plateia, é filha do ex-diretor da OAS, José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, que mudou seu depoimento à Lava Jato para incriminar Lula (PT) no caso do triplex do Guarujá, que foi arquivado após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar que houve parcialidade de Sergio Moro (União) no julgamento.

Comando da Caixa sabia de assédio de Guimarães

Segundo a jornalista Ana Flor, em seu blog no portal G1, da Globo, três ex-integrantes dos conselhos de Administração e Fiscal da instituição relataram que o comando da Caixa sabia dos casos de assédio de Guimarães.

Os primeiros casos teriam sido reportados ainda em 2019, quando o economista foi alçado por Bolsonaro ao comando do banco. Em troca de não levarem adiante as denúncias, funcionárias vítimas de assédio teriam recebido cargos em outras instituições públicas ou ganhado cursos no exterior.

Aqueles que ajudaram a acobertar os casos de violência sexual teriam recebido promoção.

"o2" também teria cometido assédio

Reportagem de Julia Duailibi, da Globo, afirma que as funcionárias que denunciaram o assédio sexual de Pedro Guimarães temem que com a demissão dele assuma o atual vice-presidente, Celso Leonardo Barbosa, que "também causa temor entre mulheres que trabalham no banco".

Segundo a jornalista, mais casos de assédio sexual no banco devem vir à tona com a demissão de Guimarães, que deve acontecer nas próximas horas. “Virou uma ‘cultura’ da empresa”, disse uma funcionária à repórter.

Após conversa com Bolsonaro, que se irritou e tratou o caso como "inadmissível", Guimarães teria virado a madrugada com uma equipe de assessores tratando da carta de renúncia. No entanto, o economista parece ter decidido se manter no cargo, obrigando o Planalto a demiti-lo.