NA MIRA

PF pede ao STF que investigue Paulo Guedes sobre fraudes nos Correios

Ministro deve explicações sobre suposto envolvimento em irregularidades na captação de recursos de empresa ligada a fundo de pensão dos Correios

Guedes tentou evitar depoimento.Créditos: Washington Costa/ME
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A Polícia Federal (PF) solicitou ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para incluir Paulo Guedes, ministro da Economia, como investigado no inquérito que apura suspeitas de irregularidades no Postalis.

Trata-se do fundo de pensão dos funcionários dos Correios. O inquérito tem como alvo o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

A PF pediu, ainda, autorização para a elaboração de um relatório de inteligência financeira das empresas do ministro no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2016.

O empresário Márcio André Mendes Costa, que atua no setor de educação, declarou, em depoimento, que a empresa que comandava fez um lançamento de debêntures no mercado financeiro em fevereiro de 2011

Ele afirmou, ainda, que o fundo BR Educacional, que era gerido por Paulo Guedes, havia recebido um aporte de recursos do Postalis, de acordo com informações de André de Souza, em O Globo.

Depois disso, Costa foi conversar com Guedes, que então sugeriu que ele apresentasse debêntures também à Postalis. O fundo dos Correios acabou investindo na empresa de Costa.

Barroso havia cancelado o depoimento do ministro de Jair Bolsonaro (PL) no inquérito da PF, que estava previsto para esta quarta-feira (1) à PF.

A defesa do ministro alegou que ele não tem “qualquer relação” com o caso e que, por isso, não deveria ser convocado, ainda que na condição de declarante e não investigado.

“Não há como se determinar que o peticionário preste um depoimento presencial perante a Polícia Federal às cegas, sem que lhe seja esclarecido sequer o motivo pelo qual a sua intimação foi requerida”, justificou a defesa de Guedes. 

Porém, Barroso destacou, em sua decisão, que a PF pode colher depoimento “de pessoas não arroladas pelo Ministério Público Federal, considerando sua prerrogativa de conduzir a investigação criminal por meio do inquérito policial”.

Aras vaza por engano pedido de Guedes para evitar depoimento

No final de maio, o procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, que nega frequentemente ser alinhado ao governo Bolsonaro, cometeu um ato falho que desmente suas próprias argumentações.

Paulo Guedes, por meio do seu advogado, Ticiano Figueiredo, procurou o PGR na tentativa de se livrar justamente do depoimento na PF no processo que investiga Renan Calheiros.

O pedido foi exposto por engano pelo próprio Aras em seu status no WhatsApp. A mensagem deveria ser encaminhada a um auxiliar.

O advogado do ministro quis marcar uma reunião fora da agenda com o PGR, nesta quarta-feira (25).

Seria possível receber o advogado do Paulo Guedes, o dr. Ticiano Figueiredo, por cinco minutos? Assunto: possível dispensa de Paulo Guedes, junto à PF, em processo investigativo contra Renan Calheiros, onde Guedes não é parte”, diz trecho da mensagem.

Sim. Falaremos por celular e ajustaremos”, é a resposta,