O jornalista Marcos Uchôa afirmou em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (30), que a Globo errou em 2018, ao considerar a hipótese de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, “domaria” o presidente Jair Bolsonaro (PL). “Que quando ele virasse presidente, se transformaria em uma pessoa mais moderada”, afirmou.
Para Uchôa, “a posição da Globo em relação à última eleição vinha meio que no embalo da Lava Jato, que durou anos e pegou a reeleição da Dilma e depois o seu impeachment", recorda. “Naquele momento, a Globo claramente estava batendo os tambores da Lava Jato. Recebendo de colherzinha na boca todas as informações que o Sérgio Moro e o Deltan queriam passar, a Globo botava no ar de uma maneira muito pouco crítica, a meu ver”, disse.
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Mídia se comportou mal
“A mídia brasileira, de uma maneira geral, se comportou mal naqueles anos nesse aspecto. Toda a sociedade estava feliz com a ideia de que os poderosos estavam sendo pegos, enquadrados e presos”, disse.
O jornalista afirmou ainda que “a sociedade e a mídia não quiseram ver que havia muita ilegalidade na maneira como tudo estava sendo conduzido pelo Ministério Público, na medida em que a presunção da inocência está na Constituição e você não vai sair prendendo todo mundo simplesmente porque a pessoa foi acusada”.
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“Havia um clima de que nós estávamos lutando contra a corrupção, nós o Brasil. E a Globo embarcou. Quando chegou a eleição de 2018, eu diria que a Globo embarcou na história de que o Bolsonaro seria domado pelo Paulo Guedes. Que quando ele virasse presidente, viraria uma pessoa mais moderada. E eu acho que por isso, a Globo não viu o perigo que o Bolsonaro representava ou não quis ver porque preferia achar que o Paulo Guedes representaria os interesses da direita, da qual os donos da Globo fazem parte”, encerrou.