ASSÉDIO NA CAIXA

"Vão se f*": Pedro Guimarães teve chilique com conselheiros que reduziram seu ganho de R$ 186 mil mensais

"Sabe qual é a vontade? Porra, eu acho que quem está torcendo para o Lula [inaudível] Vocês se fod*", diz Guimarães em um dos arroubos autoritários ao estilo Bolsonaro na Caixa.

Pedro Guimarães, Tarcísio Gomes de Freitas e Jair Bolsonaro.Créditos: Alan Santos/PR
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Além das denúncias sobre assédio sexual, que resultaram na sua derrubada da presidência da Caixa, Pedro Guimarães também teria arroubos autoritários ao estilo de Jair Bolsonaro (PL) cometendo assédio moral por diversas vezes em reuniões do banco estatal.

Em um dos áudios, revelado por Rodrigo Rangel no portal Metrópoles nesta quinta-feira (30), Guimarães tem um chilique com uma decisão de limitar em dois os jetons - pagamentos extras feitas por participação em conselhos da própria Caixa e de empresas nas quais o banco tem participação.

A decisão afetaria diretamente os ganhos de Guimarães que, além dos R$ 56 mil de salário, recebia R$ 130 mil por participação nos conselhos, totalizando o montante de R$ 186 mil, que supera em mais de quatro vezes o teto do funcionalismo público, atualmente em R$ 39,2 mil.

"Sabe qual é a vontade? Porra, eu acho que quem está torcendo para o Lula [inaudível] Vocês se foderem. Voltar a Caixa a ser estuprada por aqueles ladrões e vocês se foderem", diz Guimarães aos conselheiros.

Além da referência ao estupro, Guimarães usa um linguajar chulo, com conotação sexual, em boa parte dos áudios revelados. Em um deles, ele chama um amigo levado para o banco e nomeado como assessor do gabinete da presidência de "pau mole, pois não teria coragem de obedecê-lo em algumas questões. Em outro, ele volta a reclamar de uma decisão dos conselheiros e dispara: "manda todo mundo tomar no cu".

“Ele implantou na Caixa um ambiente de medo e de submissão, com o clima sempre tenso”, disse uma funcionária ouvida pela reportagem.