BOLSONARO: PRESSÃO DE TODO LADO

Centrão encosta Bolsonaro na parede, assume comunicação da campanha e pressiona Guedes

Com governo em ruínas, Bolsonaro assiste à guerra entre o Centrão e seu filho Carlos e à pressão do grupo contra Guedes. Semana promete emoção no bolsonarismo conflagrado

Bolsonaro e Guedes e a crise.Créditos: Antônio Cruz/Agência Brasil
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Crise em todo o canto. Com o governo em ruínas e com a reeleição perdida, Jair Bolsonaro agora tem que administrar duas crises com o Centrão, o grupo parlamentar fisiológico que sustenta o ocaso da administração bolsonarista: a comunicação da pré-campanha de Bolsonaro foi tomada pelo PL, sob protestos de seu filho Carlos, e a pressão sobre Guedes só aumenta.

O Centrão está exigindo medidas urgentes na economia e quer uma decisão para os próximos dias, informa o colunista Lauro Jardim. O grupo quer, contra a opinião do ministro da Economia, baixar o preço dos combustíveis, aumentar o valor do Auxílio Brasil e dar o reajuste de 5% ao funcionalismo federal. Um ministro afirmou em off ao colunista de O Globo a impressão no círculo íntimo de Bolsonaro é que ele “tem medo de enfrentar e contrariar” Guedes. A semana promete emoções fortes no coração do governo.

A crise na comunicação da campanha opõe o PL e Carlos Bolsonaro e estourou na última quinta (2) quando estreou uma peça publicitária mostrando um Bolsonaro “domesticado”.  Nela, um Jair Bolsonaro sereno, até doce, aparece cercado de jovens. Ele fala que os jovens devem obedecer aos pais e termina com uma frase que soa visivelmente ensaiada, no que parece ser o novo slogan da campanha: “sem pandemia, sem corrupção e com Deus no coração, seremos uma grande nação.”

Assista à peça com cheiro fake:

 

O filho 02 ironizou o comercial do PL. Em seu perfil no Twitter, o vereador afirmou: “Vou continuar fazendo o meu aqui e dane-se esse papo de profissionais do marketing…Meu Deus!”.

Veja:

O deboche de Carlos é mais uma evidência pública da disputa pela comunicação da campanha. O PL contratou Duda Lima, marqueteiro que há décadas atua com políticos, após longa resistência do filho do presidente. O acordo provisório é que o PL cuidará dos vídeos e TV e Carlos do comando das redes sociais. A questão é saber até quando o acordo irá durar.