TRAGÉDIA ANUNCIADA

CAC’s: Com Bolsonaro, 450 pessoas por dia ganham direito de comprar 60 armas

Desde que chegou ao poder, mais de 437 mil “colecionadores, atiradores e caçadores” receberam licenças que permitem ainda adquirir até 180 mil munições por ano. Contingente é maior que o das Forças Armadas

Créditos: Redes sociais/Reprodução
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Um dado estarrecedor e preocupante divulgado recentemente deixa o Brasil em alerta neste ano eleitoral e de tanta polarização: 450 pessoas por dia receberam a licença de CAC (colecionador, atirador e caçador) durante o governo Bolsonaro, o que dá o direito a cada uma delas de comprar 60 armas (30 de uso restrito) e até 180 mil munições por ano. De julho de 2019, momento em que a atual gestão já estava no poder havia sete meses, até março de 2022, foram concedidas 437.923 licenças do tipo no país.

Para quem se define como atiradores, a permissão é para compra de 60 armas, sendo que 30 podem ser fuzis, além dos 180 mil cartuchos, enquanto que no caso dos caçadores, o número de armas autorizadas para compra é de 30, conjuntamente com 6 mil munições. Já os atiradores não têm limite para adquirir seu arsenal e estão livres para ter quantos revólveres, pistolas, escopetas e fuzis quiserem, embora as munições fiquem “restritas” a 6 mil também.

Os números absurdos, num país que jamais teve leis tão brandas em relação à posse de armas, vem gerando preocupação sobretudo por estes objetos mortais de desejo de muita gente estarem indo quase que exclusivamente para os apoiadores mais fanáticos e radicais de Jair Bolsonaro, que atualmente se configuram como um verdadeiro exército paralelo a serviço dos interesses políticos do líder de extrema-direita. Num ano eleitoral e num cenário em que sua derrota parece cada dia mais próxima, o quadro é uma tragédia anunciada. 

Aliás, o adjetivo “paralelo”, usado para se referir ao exército formado por Jair Bolsonaro, talvez não seja o melhor para definir o grupo, já que, segundo informações oficiais do Ministério da Defesa, o Exército Brasileiro, a Marinha do Brasil e a Aeronáutica têm, somados, 354 mil militares. Ou seja, os quase 438 mil homens e mulheres armados até com 30 fuzis pelas leis bárbaras do presidente, hoje, formam uma “tropa” maior que a de defesa regular do Estado.