A prefeita do município de Teolândia (BA), Maria Baitinga de Santana (Progressistas), fez discurso à população no local onde seria realizada a Festa da Banana, que foi proibida pela Justiça. Só o cachê de Gusttavo Lima, que se apresentaria neste domingo (5), ultrapassaria R$ 700 mil.
Após dizer que iria cumprir a decisão judicial, a prefeita afirmou que “a Festa da Banana foi programada pra vocês com muito amor, muito carinho para vocês que passaram tempos difíceis com as chuvas que atacaram nosso município”.
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A prefeita da cidade, conhecida como Rosa, disse ao Estadão antes do cancelamento, que o sonho dela era conhecer o cantor sertanejo. “Gente, eu sempre tive um sonho, gosto demais”, disse a prefeita ao anunciar a contratação.
Piso salarial dos professores
Ao mesmo tempo em que fazia a contratação milionária, a prefeita descumpriu uma lei federal que institui o salário mínimo do magistério para não pagar o piso salarial dos professores, alegando “incapacidade financeira e comprometimento com outras áreas”.
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Ela chegou a apelar aos próprios moradores, pedindo que enviassem PIX para conta da prefeitura que não tinha recursos para socorrer os desabrigados pelas fortes chuvas que atingiram o estado no início do ano.
Estado de Emergência
O presidente do STJ, ministro Humberto Martins, que assina a suspensão da festa, afirmou que os gastos com o evento seriam altos demais para um município de 20 mil habitantes que está em estado de emergência desde o ano passado, após fortes chuvas que atingiram a região. Apenas o cachê de Gusttavo Lima ultrapassaria R$ 700 mil.
“Cuida-se de gasto deveras alto para um município pequeno, com baixa receita, no qual, como apontado pelo Ministério Público da Bahia, o valor despendido com a organização do evento chega a equivaler a meses de serviços públicos essenciais”, diz a decisão de Martins.
A cidade enfrentou duas enchentes, que destruíram estradas e deixaram moradores desabrigados. O valor para pagar o cachê dos artistas é maior do que o destinado para conter os danos das fortes chuvas.
Bolsonaro criticado
Em dezembro passado, o governo federal destinou R$ 1,14 milhão para “ações de resposta” à chuva na cidade baiana. Naquele momento, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi criticado por não ter ido pessoalmente à região, que amargou pelo menos 27 mortes, 523 feridos e mais de 62 mil pessoas desalojadas.