DISCURSO DE ÓDIO

Caso Marcelo Arruda: Responsável pelas câmeras de monitoramento se joga de ponte no PR

Defesa da família de Marcelo Arruda entrou com petição pedindo a apreensão do celular do guarda, que era segurança na usina de Itaípu e foi citado pelo presidente da associação como responsável pelas câmeras de segurança.

Câmera mostra momento do assassinato de Marcelo Arruda por Jorge Guaranho.Créditos: Reprodução
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Em mais um desdobramento trágico relacionado ao assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda, o segurança da Itaipu Binacional, Claudinei Coco Esquarcini, que é responsável pela instalação e manutenção dos sistema de monitoramento da Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física (Aresf), onde ocorreu o crime, se jogou do alto de uma ponte no município de Medianeira (PR) neste domingo (17). O corpo foi encontrado e a causa mortis é "violenta - queda de plano elevado", segundo o obituário obtido pela Fórum.

O bolsonarista Jorge José Guaranho, que assassinou Marcelo Arruda, teria visto a festa temática de Lula e do PT por meio de imagens da câmara de monitoramento, o que o teria motivado a ir até o local fazer provocações - que resultaram nos tiros que mataram Marcelo.

A defesa da família de Marcelo Arruda entrou com uma petição nesta segunda-feira (18) junto à Justiça da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu solicitando a apreensão do celular de Esquarcini, que foi citado pelo presidente da Aresf, Antonio Marcos de Souza, em depoimento à Polícia Civil.

"...temos um sócio da diretoria também, Claudinei, que ele entende muito disso, ele que faz este trabalho pra gente, manutenção e instalação [das câmeras de segurança].... o Claudinei disse que são cinco ou seis pessoas neste momento [...] acredita que Guaranho não tinha mais acesso”, diz o trecho em que o presidente cita o nome de Esquarcini.

Segundo o Boletim de Ocorrência, assinado pelo delegado Denis Giovanny Zortea Merino, "o representante legal para informar a morte da vítima relata que o possível suicídio ocorreu no endereço citado, porém ainda foi levado ao hospital. Segundo ainda o representante legal, tudo indica que a vítima se jogou do viaduto" que fica em frente ao Hotel Passarela, no centro do município paranaense. A ocorrência foi atendida pelo policial Giancarlos Marchiotti, que prestou as informações iniciais.

Grupos de WhatsApp

De acordo com o a investigação, Guaranho e outros dois amigos pessoais, identificados como Mubark e Vaguino "participam de dois grupos de whatsapp: de associados da Aresf e grupos da diretoria da Aresf. Foi da reunião festiva entre estes, no dia dos fatos, no churrasco, após visualização das câmeras, disponibilizada de uma forma ou outra por ambos, em conjunto ou isoladamente, com a participação ou não de Claudinei Coco Esquarcini ou de outros não identificados, que o assassino partiu para matar Marcelo".

A Itaipu divulgou nota em que "manifesta seu profundo pesar pela morte do empregado Claudinei Coco Esquarcini, ocorrida neste domingo (17), em Medianeira (PR). Ele era natural de Santa Lúcia (PR), tinha 44 anos e deixa esposa e três filhos".

Ainda segundo o texto, "Claudinei trabalhou na Itaipu por 20 anos, sempre como agente de segurança na Divisão de Segurança da Central. A Itaipu está prestando toda a assistência necessária à família, a quem expressa suas condolências".

Culpa

Segundo duas fontes próximas ouvidas pela Fórum em condição de anonimato, Claudinei apresentava sinais de depressão e chegou a pedir auxílio psicológico para a chefia em Itaipu. Ele estaria se sentindo culpado pelo vazamento das imagens que provocaram a tragédia na associação. 

Em entrevista na semana passada, quando divulgou a conclusão do inquérito, a delegada responsável pelo caso, Camilla Cecconello, disse que Jorge Guaranho tomou conhecimento da festa de Marcelo Arruda, que tinha como tema o PT e o Lula, durante um churrasco em que participava. Segundo a Cecconello, testemunhas afirmaram que uma pessoa que estava no mesmo churrasco que Guaranho tinha acesso às câmeras de segurança da Aresf.

A delegada também acredita que a pessoa que tinha acesso às câmeras “não mostrou por maldade”. Ela também revelou que a testemunha, dona do celular, está abalada, pois, não imaginava que, ao tomar conhecimento, Jorge Guaranho fosse fazer o que fez. 

Segundo a delegada, testemunhas relataram que, no momento. Jorge Guranho nada comentou sobre a festa de Marcelo Arruda e que ele permaneceu por mais de 1 hora no churrasco.