SEGUE NA CADEIA

PF pede a Moraes prisão preventiva do bolsonarista que ameaçou Lula e ministros do STF de morte

Ivan Rejane Pinto está em prisão temporária e, caso Moraes aceite o pedido da PF, ficará preso por tempo indeterminado; extremista ameaçou "caçar" Lula e "pendurar" ministros do STF "de cabeça para baixo"

Ivan Rejane Pinto, bolsonarista preso por ameaças de morte contra Lula e ministros do STF.Créditos: Reprodução
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A Polícia Federal solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (30), que a prisão temporária do bolsonarista Ivan Rejane Pinto seja convertida em prisão preventiva

O "Terapeuta Papo Reto", como se identifica nas redes, foi preso no dia 22 de julho por fazer ameaças explícitas de morte e de violência física contra ministros do STF, o ex-presidente Lula (PT), a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) e o deputado federal Marcelo Freixo (PSB) através de vídeos divulgados nas redes sociais. Ele falava em "caçar" os magistrados e políticos de esquerda, sugeria que Lula andasse com seguranças armados, em um claro gesto de intimidação, e afirmava que iria "pendurar" os alvos "de cabeça para baixo"

A prisão temporária tem duração de 5 dias e pode ser renovada por mais 5. Já a prisão preventiva, caso seja aceita por Moraes, tem prazo indeterminado

Segundo o delegado Fábio Alvarez Shor, o bolsonarista deve continuar encarcerado pois usa prisão está "inserida em um contexto mais abrangente de acirramento dos ânimos, do estímulo ao enfrentamento a oponentes políticos e de tentativas de enfraquecimento do Poder Judiciário, o qual inclusive é incumbido da realização do pleito eleitoral que se avizinha".

Para a PF, a manutenção da prisão de Ivan Pinto é necessária "tanto pelo potencial prosseguimento na prática delitiva (como já demonstrado), quanto pela recepção de uma mensagem equivocada de que as condutas praticadas por Ivan Rejane são toleradas pelo Estado".

Desafiou Moraes pouco antes de ser preso 

Ivan Pinto desafiou o ministro Alexandre de Moraes a prendê-lo pouco antes da Polícia Federal arrombar a porta de sua casa para cumprir o mandado de prisão. 

Em vídeo postado no seu canal do YouTube na manhã de sexta-feira, o "Terapeuta Papo Reto", como se identifica nas redes sociais, ironiza a repercussão de um outro vídeo que viralizou em que faz ameaças a ministros do STF, ao ex-presidente Lula (PT), a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) e ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB), e que motivou sua prisão. 

Na nova publicação, Ivan Pinto diz que a esquerda "está desesperada" e desafia Moraes a prendê-lo. "Prende minha rola!", dispara. O bolsonarista foi preso poucas horas depois. 

Prisão 

A polícia prendeu no dia 22 de julho, em Belo Horizonte, o bolsonarista Ivan Rejane Fonte Boa Pinto por ter publicado vídeos nas redes sociais onde faz ameaças de morte contra o ex-presidente Lula (PT), a deputada federal e presidenta do PT Gleisi Hoffmann e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). 

O mandado de prisão foi decretado nesta quarta-feira (20) pelo ministro do STF Alexandre de Moraes após pedido da Policia Federal. Além disso, Moraes expediu um mandado de busca e apreensão na residência de Ivan e determinou o envio de ofício para o Twitter, YouTube e Facebook, e uma intimação ao Telegram, solicitando o bloqueio dos perfis do extremista. 

Autointitulado "cidadão de bem", o homem, de dentro de um carro, faz ameaças explícitas de violência física, desafiando Lula a "botar o pé na rua" para ver "o que nós vamos fazer com você". "Anda com segurança armado até o talo porque nós da direita vamos começar a caçar vocês", dispara, afirmando ainda que vai "pendurar" ministros do STF "de cabeça para baixo". 

No despacho em que determinou a prisão do bolsonarista, Moraes destacou que há elementos que "demonstram uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil”.