BOCA NO TROMBONE

Fachin denuncia Bolsonaro nos EUA e diz que no Brasil “pode ser pior que Capitólio”

Ministro do STF participou de evento realizado em Washington e criticou armamento da população civil. Ele garantiu que a Justiça Eleitoral vai cumprir sua missão

Créditos: Secom STF
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Ao participar de um evento do Wilson Center, em Washington, capital dos EUA, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ainda que sem mencionar o nome de Jair Bolsonaro, denunciou o golpismo do presidente brasileiro e disse à plateia que no Brasil, após as eleições de outubro, algo “pior que o Capitólio” pode ocorrer, numa referência à violenta invasão do Congresso norte-americano por seguidores fanáticos do candidato derrotado Donald Trump, em 6 de janeiro de 2021, que terminou com cinco mortos e vários feridos.

“Nós poderemos ter um episódio ainda mais agravado do que 6 de janeiro daqui do Capitólio”, disse Fachin, numa clara referência às hostes ultrarreacionárias violentas que seguem todos os comandos de Jair Bolsonaro, no caso de uma derrota do atual mandatário, que parece cada dia mais provável.

Para evitar ações violentas e desestabilizadores, o magistrado do STF disse que o que se espera da Justiça Eleitoral é que ela “não se vergue”.

“Que a Justiça Eleitoral cumpra sua missão, e nós iremos cumprir. O judiciário brasileiro não vai se vergar. A quem quer que seja”, enfatizou Fachin, numa nítida referência a Jair Bolsonaro, seu séquito militar indisciplinado e desobediente e a seus seguidores enfurecidos.

O tema do armamento também foi evocado pelo ministro, que o relacionou aos adeptos do bolsonarismo e ao próprio presidente, que fomentam a venda de armas para colocar em perigo a ordem institucional do país. Para ele, uma “sociedade armada” é uma “sociedade oprimida”, rogando ainda que os brasileiros saiam de casa durante a eleição “armados apenas do seu voto”.

“Sociedade com violência é uma sociedade oprimida. A liberdade está precisamente na vida pacífica que se tem. E isso significa que a sociedade precisa de solidariedade, do seu sentimento de justiça, da sua coexistencialidade. Portanto, a sociedade brasileira no dia 2 de outubro colocará um espelho diante de si: se almeja a guerra de todos contra todos, ou almeja a democracia. E a partir daí faça isso”, completou Fachin.