ELEIÇÕES 2022

Líder dos caminhoneiros chama PEC de Bolsonaro de "esmola" e "compra de votos"

O governo federal espera obter dividendos eleitorais com a aprovação da Proposta que aumenta valor de programas sociais à véspera da eleição

Líder dos caminhoneiros chama PEC de Bolsonaro de "esmola" e "compra de votos".Créditos: Petrobras
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O presidente da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) e líder dos caminheiros Wallace Landim, o Chorão, classificou a "PEC Kamikaze" de Bolsonaro como "esmola" e tentativa de "compra de voto". 

Por meio de uma nota enviada à imprensa, Chorão afirma que o valor ofertado pela PEC "é insuficiente para resolver os problemas dos caminhoneiros autônomos" e que se trata de "uma afronta à inteligência dos caminhoneiros" e que se trata de uma tentativa de compra de votos. 

"Mil reais não resolvem o problema dos caminhoneiros autônomos, é uma afronta à nossa inteligência, é uma tentativa clara de comprar o direito mais digno de um cidadão que é o seu voto", diz Chorão na nota. 

Para o líder dos caminhoneiros, a PEC é "uma esmola" e destaca que os caminhoneiros "não são burros" e que entendem quais são os reais objetivos do mandatário com a PEC dos Auxílios. 

Chorão pede a Bolsonaro que "não duvide da inteligência" dos caminhoneiros e que eles "não precisam de esmola". "Presidente, precisamos de respeito, pois, somos nós que carregamos o Brasil nas costas", diz Chorão. 

Quem também reagiu à "PEC das bondades", foi o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) Carlos Alberto Litti Dahmer, que classifica a PEC como um "desaforo" por tentar "comprar o cidadão". 

"Os R$ 1.000 [do PIX caminhoneiro] é um desaforo, é uma tentativa de aproximação da categoria pelo que há de mais antigo, que é a tentativa de compra do cidadão com que não resolve, é uma esmola", criticou Dahmer. 

 

PEC das Bondades: Lira se frustra com quórum baixo e adia votação

 


O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), desistiu de votar nesta quinta-feira (7) a PEC 16/22, apelidada de PEC das Bondades. A decisão de Lira se deu após a manutenção de um quórum baixo na sessão, o que colocaria em risco a aprovação da polêmica proposta.

“Não vou arriscar nem essa PEC nem a próxima”, disse Lira antes de encerrar a votação da PEC 15/22, apreciada antes da PEC das Bondades. A análise do tema está prevista para a próxima terça-feira.

A decisão de Lira acontece depois dele ter manobrado para acelerar ao máximo a tramitação da pauta. Na manhã desta quinta, a Câmara chegou a abrir uma sessão às 6h30 para garantir a votação em comissão especial no mesmo dia.

A PEC institui estado de emergência até o final do ano dá poderes a Jair Bolsonaro (PL) para criar benefícios em ano eleitoral, como o voucher para subsidiar diesel a caminhoneiros, além de aumentar para R$ 600 o valor do Auxílio Brasil, uma pauta reivindicada pela oposição desde o fim do auxílio emergencial. 

Pelo texto aprovado, o estado de emergência é criado sob o argumento de que a disparada do preço dos combustíveis, nos mercados externos e interno, provoca a deterioração do poder de compra da população e penaliza os mais vulneráveis. Esse reconhecimento serve como forma de driblar a Lei das Eleições, que determina que não pode haver concessão de novos benefícios ou distribuição de valores em ano eleitoral a não ser em casos excepcionais, como estado de emergência.

Aprovada no Senado com apenas 1 voto divergente, essa PEC é alvo de investigação pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

 

 

 

Com informações do UOL.