Nesta quinta-feira (11), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu dois dias para que o presidente Jair Bolsonaro (PL) explique reunião com embaixadores do último 18 de julho. De acordo com o Ministério Público Eleitoral (MPE), o presidente fez “propaganda eleitoral antecipada” na reunião em que voltou a fazer ataques às instituições democráticas e divulgar teorias conspiratórias a respeito das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral. O prazo começa a valer a partir do momento que o presidente for notificado oficialmente.
Bolsonaro costuma ignorar prazos de esclarecimentos de outra instância do Judiciário, o Supremo Tribunal Federal (STF). Até o último dia 7, das 13 solicitações de resposta recebidas pelo Supremo, respondeu 11 fora do prazo e ignorou outras duas. Há outra solicitação semelhante em aberto pelo STF, além desta última do TSE. O presidente não é obrigado a responder às solicitações, no entanto, sem fazê-lo, não permite o conhecimento da sua versão dos fatos nas apurações e investigações.
Ainda sobre a reunião com embaixadores, o MPE pediu na última quarta (10) que o presidente fosse multado por haver promovido o encontro. O órgão ainda alega que Bolsonaro teria sido flagrado pedindo votos na ocasião, antes do início oficial das campanhas eleitorais marcado para o próximo 16 de agosto. Também foi pedido que os conteúdos digitais relativos ao acontecimento sejam removidos das redes do presidente.
Paulo Gonet Branco, vice-procurador-geral Eleitoral, esclareceu para a imprensa que o fato dos diplomatas estrangeiros não votarem não descaracterizaria o pedido de voto por parte do presidente. Branco também reiterou a urgência do respeito à democracia e suas instituições.
Jair Bolsonaro começa atrás na campanha eleitoral, com cerca de 28% dos votos válidos de acordo com a última pesquisa Datafolha. Seu adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera a pesquisa com 47% e seus eleitores acreditam em uma possível vitória no primeiro turno.