ELEIÇÕES 2022

Lula reúne multidão em Campina Grande: "Vocês vão dar uma surra em Bolsonaro"

Petista fez duras críticas ao atual presidente, sobretudo sua condução da pandemia, e adiantou propostas para 25 mil pessoas: “o salário mínimo vai voltar a aumentar todo ano acima da inflação”

Lula reúne multidão em Campina Grande: "Vocês vão dar uma surra em Bolsonaro"Créditos: Ricardo Stuckert
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Com a presença do ex-presidente Lula, o PT realizou um ato na tarde desta terça-feira (2) em Campina Grande, na Paraíba, para 25 mil pessoas. O evento ocorreu no Parque do Povo, no centro da Cidade, que ficou lotado pela militância petista e por eleitores do ex-presidente. Foi declarado o apoio de Lula às candidaturas de Veneziano Vital do Rêgo (MDB) e Ricardo Coutinho (PT), candidatos a governador e senador pelo Estado. Também estiveram presentes Gleisi Hoffmann, deputada federal e presidente nacional do PT, e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI da Covid.

“A sua presença entre nós nos contagia, traz a esperança, a fé e a certeza que estamos a poucos meses de refazer tudo aquilo que foi destruído em nosso país”, afirmou Veneziano em seu discurso preliminar. O candidato disputa o cargo de governador da Paraíba com João Azevedo (PSB), do partido do vice de Lula, Geraldo Alckmin.

Tal divisão já era esperada no Estado, uma vez que Ricardo Coutinho, hoje no PT e candidato ao Senado, protagonizou um antigo racha no PSB paraibano. Foi ele quem costurou, junto de Lula e Gleisi, a presente aliança. Alckmin não compareceu pois estava em viagem a São Paulo, onde encontrou com Fernando Haddad (PT) e Márcio França (PSB), candidatos ao governo paulista.

Veneziano foi prefeito de Campina Grande entre 2005 e 2012. Neste ano, foi um dos primeiros emedebistas a declarar apoio à candidatura de Lula.

O discurso de Lula

O ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas eleitorais, começou seu discurso batendo forte no atual governo. “Nós não estamos disputando uma eleição comum. Estamos disputando com o fascismo, com os milicianos, com pessoas que não têm sentimentos, que não choraram uma única lágrima por quase 700 mil mortos por conta do Covid, estamos disputando com alguém que negou vacinas”, afirmou.

Na sequência Lula criticou o desmonte dos direitos trabalhistas e das políticas públicas sociais promovido pelo governo Bolsonaro. “Prometeram carteira de trabalho verde e amarela e acabaram com os empregos. Acabaram com o Minha Casa Minha Vida para por no lugar o Casa Verde e Amarela, e cadê a 'casa verde e amarela' que ninguém viu?”, indagou. O ex-presidente ainda fez questão de lembrar sobre seu prestígio entre as lideranças mundiais, em comparação à posição de pária em que Bolsonaro se coloca quando comparece às cúpulas.

 

 

Em seguida Lula prometeu cuidar do povo brasileiro e adiantou algumas propostas que pretende colocar em pauta caso sua vitória se confirme no próximo dia dois de outubro. Entre elas, a de que o salário vai voltar a aumentar anualmente acima da inflação.

Também prometeu retomar o controle da Petrobrás. “Ela não pode servir para dar dinheiro aos acionistas enquanto o povo fica sem poder comprar gasolina, diesel e gás. O gás, inclusive, terá que fazer parte da cesta básica desse país”, disse.

Lula também afirmou que pretende que o BNDES sirva para financiar pequenas e médias empresas e empreendedores em seu novo governo.

“Se preparem porque nós vamos ganhar essas eleições. Não sou eu que vou ganhar essas eleições, vocês que vão ganhar e vão dar uma surra no atual presidente. Vamos voltar a sorrir, vamos voltar a reunir nossa família no fim de semana e comer um churrasquinho, com picanha e cervejinha, porque também somos filhos de Deus”, encerrou.

 

A passagem por Campina Grande

O ex-presidente Lula chegou à cidade na manhã desta terça-feira (2) e e se dirigiu ao Garden Hotel para encontro fechado com lideranças religiosas de diversas religiões e vertentes, entre elas padres, pastores, representantes do espiritismo e de religiões indígenas e de matriz africana.

No encontro, o candidato defendeu a liberdade religiosa e criticou o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). “Ele vai ter que carregar nas costas a responsabilidade de pelo menos metade das pessoas que morreram pela Covid, que ele poderia ter evitado”, disse aos religiosos.

Na sequência o ex-presidente foi almoçar na cidade com aliados e seguiu para o Parque do Povo, no centro, onde a multidão começou a se concentrar a partir das 15h para acompanhar seu discurso que começou as 17h.

O próximo compromisso de campanha do ex-presidente Lula é amanhã, quarta-feira (3), em Teresina, no Piauí.