ELEIÇÕES 2022

General que faz parte de comissão do TSE comprou aparelho para hackear telefones celulares

Comando de Defesa Cibernética, chefiado pelo General Heber Portella, pagou R$ 528 mil por software com dispensa de licitação. "Não é possível detalhar as atividades devido ao caráter sigiloso", diz justificativa.

Jair Bolsonaro em ato com cúpula militar e o general Héber Portella, no destaque.Créditos: Presidência da República / Exército
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O Comando de Defesa Cibernética do Exército, liderado pelo general Heber Garcia Portella, representantes das Forças Armadas junto à Comissão de transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comprou pela primeira vez equipamentos para hackear telefones celulares, extrair conteúdo de nuvens e e acessar dados de redes sociais, como Twitter, Facebook e Instagram.

Segundo informações de Vinicius Sassine, em reportagem na Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (3), a compra inédita nas Forças Armadas foi feita com dispensa de licitação no fim de 2021.

Na época, o Exército estava sob o comando do general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, atual ministro da Defesa e um dos principais cúmplices das teorias da conspiração de Jair Bolsonaro (PL) sobre fraudes em urnas eletrônicas.

"A justificativa para a aquisição de uma solução para perícia em dispositivos móveis é o histórico de demandas apresentadas ao ComDCiber [Comando de Defesa Cibernética] nos últimos três anos", diz estudo técnico preliminar feito para justificar a compra.

Ainda segundo o documento, "não é possível detalhar as atividades devido ao caráter sigiloso, todavia a existência de uma solução seria suficiente para viabilizar o trabalho realizado neste centro".

A compra do sofware Cellebrite UFED foi feita junto à empresa TechBiz Forense Digital, única fornecedora da ferramenta no Brasil, por R$ 528 mil para uso entre 28 de dezembro de 2021 a 27 de dezembro de 2024.