ELEIÇÕES 2022

Rejeição a Bolsonaro cai após aumento do Auxílio Brasil e queda no preço da gasolina, diz Quaest

Medidas eleitoreiras de Bolsonaro para angariar votos da população mais pobre, onde Lula lidera com 52%, reduziram rejeição, mas ainda não tiveram grandes reflexos nas intenções de votos. Veja os dados.

Jair Bolsonaro, João Roma e Rogério Marinho no interior do Rio Grande do Norte.Créditos: Alan Santos/PR
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As políticas eleitoreiras de Jair Bolsonaro (PL), aprovadas em tratoraço promovido por Arthur Lira (PP-AL) no Congresso Nacional, começam a surtir efeito e derrubou a rejeição ao presidente na pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (3).

Segundo o estudo, caiu de 25% para 21% os eleitores que acreditam que o principal responsável pelo aumento de preço dos combustíveis foi Bolsonaro. Com a queda no preço dos combustíveis a partir da limitação da cobrança do ICMS nos estados, o presidente transferiu a culpa sobre os valores da gasolina - fruto da política de preços da Petrobras - para "fatores externos", que foi de 25% a 34%.

Entre aqueles que recebem o Auxílio Brasil, a intenção de voto em Bolsonaro oscilou dois pontos para mais - de 27% para 29% - entre as pesquisas de julho e agosto. No mesmo período, caiu de 62% para 52% a intenção de voto em Lula nesse eleitorado. Entre os que não recebem o benefício, não houve alteração significativa.

Embora o aumento do benefício para R$ 600 não tenha caído na conta - o pagamento começa em 9 de agosto -, 82% dos eleitores dizem que já sabem do reajuste. Outros 67% dizem saber que Bolsonaro pretende reduzir o ICMS - fator alardeado pelo presidente para a redução do preço dos combustíveis.

As medidas fizeram com que a a avaliação negativa do governo Bolsonaro caísse de 47% para 43% em um mês. O impacto maior foi justamente entre eleitores que votaram no presidente em 2018, onde a avaliação positiva saltou de 51% para 57%.

Reflexo nas intenções de votos

O recuo na rejeição, no entanto, não teve grande reflexo até o momento nas intenções de votos. Bolsonaro oscilou apenas um ponto para mais - dentro da margem de erro de dois pontos - e foi a 32%. Lula (PT) oscilou um para menos e está com 44%, o que mostra que segue a estabilidade na disputa, com o petista com chances de vitória no primeiro turno.

Mesmo entre os beneficiários do Auxílio Brasil, a notícia do aumento do benefício não teve grande impacto. Apenas 24% dizem que o reajuste aumenta a possibilidade de voto no presidente, índice que já declarava voto em Bolsonaro.

Para outros 46% dos beneficiados ouvidos na pesquisa, o aumento não altera a intenção de voto e outros 28% disseram que a medida diminui a possibilidade de voto em Bolsonaro.

A pesquisa mostra que Lula segue vencendo com folga entre os mais pobres, nicho onde se encontram os beneficiários do Auxílio Brasil. O petista tem 52% das intenções de voto - menos três pontos em relação à pesquisa anterior. Bolsonaro tem 28%, cinco pontos a mais do que na sondagem de julho.

O levantamento foi encomendado pela Genial, ouviu 2.000 pessoas em 120 municípios das cinco regiões do país entre os dias 28 e 31/julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiabilidade de 95%. Pesquisa registrada BR-02546/22.

Leia a pesquisa na íntegra

https://revistaforum.com.br/u/archivos/2022/8/3/QUAESTAGO22NACIONAL.pdf

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