Diante de uma derrota que cada dia se agiganta mais à sua frente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na noite desta sexta-feira (23), durante um evento com mulheres evangélicas, em Contagem (MG), que “só entregará o poder bem lá na frente”, para alguém que “vai sucedê-lo democraticamente numa eleição limpa” e tornou a fazer referência ao Golpe Militar de 1964.
“Não sabemos explicar muitas vezes esses momentos. Vivemos 22, 35, 64, 2016 foi marcante para todos nós, 2018 também. Temos pela frente 2022... Peço sabedoria para que a gente possa, lá na frente, bem lá na frente, entregar, para quem me suceder, democraticamente e numa eleição limpa, a continuidade do governo brasileiro”, disse o mandatário de extrema direita.
Mais cedo, em Divinópolis, também em Minas Gerais, ele já tinha radicalizado no discurso e insuflado seus fanáticos seguidores extremistas, xingando o ex-presidente Lula (PT), que lidera com folga todas as pesquisas de opinião de voto e tem grande chances de derrotá-lo ainda no primeiro turno.
Desesperado, Bolsonaro vem a fuga e a debandada de “aliados”, que de alguma forma já se movimentam para conquistar algum tipo de “anistia” num futuro governo Lula, tentando se desvincular de sua caótica gestão. Sem apoio entre as instituições para um golpe, como as Forças Armadas e setores do Judiciário, o atual ocupante do Palácio do Planalto já não sabe mais ao que recorrer.
O receio de amplos setores da sociedade civil é que ele promova uma escalada de violência com sua claque de fanáticos e leve instabilidade às ruas do país.