FLERTE COM TERRORISTAS

Flávio Dino em resposta a Zema: “Fica feio se colocar como um sub-Bolsonaro”

Em entrevista à Fórum, ministro da Justiça chamou governador mineiro de “candidato” e classificou como “deplorável” sua fala afagando terroristas. Leia a réplica completa

Ministro Flávio Dino em entrevista à TV FórumCréditos: TV Fórum
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deu uma resposta direta e bastante agressiva à fala do governador Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, que na segunda-feira (12) culpou o próprio governo Lula (PT) pelos ataques terroristas em Brasília do dia 8 deste mês, acenando para os extremistas bolsonaristas que levaram a cabo a ação criminosa. A declaração, dada em entrevista exclusiva ao programa Fórum Onze e Meia, da TV Fórum, veio recheada de comparações e argumentos enfáticos e, no seu auge, Dino disse que “fica feio Zema se colocar como um sub-Bolsonaro”, chamando o mineiro de “candidato”.

“Me espanta que o governador Zema tente vestir a roupa do Bolsonaro. Não cabe nele... É preciso que ele tenha algum amigo sincero que diga a ele... Primeiro porque Minas Gerais é a terra de Tiradentes, de Tancredo Neves, é a terra da democracia... Então não é possível que um governador de modo vil se alinha à extrema direita pra proteger terrorista. Fica feio... E fica feio duplamente porque o governador Zema veio à reunião dos governadores com o presidente Lula... E por que que não falou? Por que ele não perguntou a mim, que estava lá? Por que não perguntou ao presidente da República que estava lá? Seria mais decente, né? Do que falar posteriormente... Um apelo que eu faço ao governador: num momento grave é preciso ter ponderação, porque imagine se alguém tivesse dito no dia seguinte à tragédia de Brumadinho que ele sabia e deixou acontecer pra poder ganhar dinheiro? Como ele se sentiria? Isso parece aquela história do estupro, que uma mulher é estuprada e ao mesmo tempo é acusada de ser a culpada porque estava de vestido curto... Nós não somos agentes do que aconteceu. Nós somos vítimas... Não é vitimização, nós somos vítimas. O poder Executivo, o poder Legislativo e o poder Judiciário foram atacados por golpistas, por terroristas... Somos vítimas e é preciso que haja uma proteção da lei para todos... Eleição tem em 2026, agora, não acho que seja adequado o candidato querer se colocar na agenda sendo uma espécie de sub-Bolsonaro, fica feio... Acho que é deplorável esse tipo de coisa acontecer”, disparou o ministro, que é senador eleito e ex-governador do Maranhão.