CRÍTICA

José Genoino: "Novo Ensino Médio é apartheid social dentro das escolas"

O ex-deputado federal José Genoíno fez declarações contundentes ao avaliar os primeiros meses do terceiro mandato de Lula

Jose Genoíno.Ex-presidente nacional do PT avalia decisões tomada pelo governoCréditos: Alex Silva/PT
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O ex-deputado federal e ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, José Genoino, concedeu entrevista ao programa Fórum Café nesta terça-feira (14), analisando a conjuntura do novo governo Lula. O importante membro do PT abordou temas como as disputas políticas internas no governo e o Novo Ensino Médio.

Genoíno foi eleito deputado por cinco mandatos e foi presidente do PT entre 2003 e 2005. Hoje, está em uma ala mais à esquerda dentro do partido do governo, mas não ocupa cargo público ou função nesse momento. Seu trabalho, atualmente, é dialogar com as "as bases, os diretórios zonais e os sindicatos".

Genoino criticou diversas escolhas do governo, exigindo um posicionamento mais à esquerda do partido dentro dos embates internos da Esplanada dos Ministérios e do Congresso Nacional.

"O PT tem que construir um polo à esquerda na frente ampla", afirmou o ex-parlamentar. "A presidente do PT (Gleisi Hoffmann) deveria se articular os movimentos sociais e criar uma plataforma popular, com os eixos que o partido deve defender", posicionou Genoino.

O ex-presidente do partido também criticou as negociações entre a base do governo e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL)."O PT deveria fazer um debate sobre isso. Reconheço que sou minoria, mas estou na luta, porque vivi a experiência de negociação deste tipo e deu no que deu. É perigoso fazer uma base parlamentar de porteira aberta", completou, se referindo ao golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016.

Por fim, sobraram críticas a Fernando Haddad (PT-SP), ministro da Fazenda, pela opção por uma reforma tributária apenas nos temas do consumo, deixando tributação de renda e fortunas de lado. "Não existe reforma tributária neutra. Isto é uma ilusão; muda-se alguma coisa para que nada mude", criticou. "Na hora de enfrentar os bancos, não há neutralidade, porque eles lucram com a especulação", completou.

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT-CE), também foi alvo de críticas por não pautar o fim da Reforma do Ensino Médio. "É uma privatização às avessas da educação. A reforma vai trazer o apartheid social para as escolas. As de padrão mais alto, vão dar melhores condições para os jovens nos vestibulares. Perde-se aquela ideia de universalidade", explicou o ex-deputado.

Confira a entrevista de Genoíno na íntegra no Café Fórum: