JOIAS DAS ARÁBIAS

Bolsonaro já havia recebido dos sauditas outro estojo de joias igual ao do escândalo

Reino islâmico deu presentes quatro vezes ao ex-presidente durante o mandato. Todos foram catalogados como “itens pessoais” dele, inclusive artigos de menor valor

Bolsonaro e o Principe Herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed Bin Salman.Créditos: Foto: Alan Santos/PR
Escrito en POLÍTICA el

A Arábia Saudita deu presentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quatro vezes durante seu mandato, incluindo os estojos de joias que foram entregues ao ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque, em outubro de 2021. A primeira vez que o antigo ocupante do Palácio do Planalto foi agraciado pelo reino, em 11 de novembro de 2019, um estojo semelhante ao que é pivô do escândalo das joias, contendo relógio, abotoaduras, caneta, anel e uma espécie de rosário árabe, foi dado a ele e os itens foram catalogados na Presidência da República como de “acervo privado”, pelo GADH (Gabinete Adjunto de Documentação Histórica), portanto bens pessoais. A informação é do jornal Folha de S.Paulo.

A reportagem mostra ainda que além dos primeiros presentes, em 2019, e dos itens caríssimos dados a Bento Albuquerque para que ele entregasse a Bolsonaro em 2021, incluído aí as joias suíças Chopard de R$ 16,5 milhões, dirigidas à ex-primeira-dama Michelle, na mesma viagem do ex-ministro de Minas e Energia a monarquia ditatorial árabe presenteou o líder brasileiro de extrema direita uma terceira vez, com um pacote composto por uma escultura, um broche, um lenço e um manto usado típico de luxo, que foram incorporados também ao “acervo privado” do então presidente.

Por fim, um quarto presente foi entregue a autoridades brasileiras para Bolsonaro, em novembro de 2020, no qual estavam um estojo, cartões, uma caixa, uma bolsa, uma bandeira, uma placa, uma moeda e um selo, todos devidamente catalogados imediatamente como de propriedade particular do ex-chefe de Estado, diferentemente dos estojos de joias enviados por Bento Albuquerque, um deles catalogado apenas uma ano depois da entrega, faltando um mês para Bolsonaro deixar o cargo, e o outro apreendido pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos, que o antigo mandatário fez de tudo para tentar recuperá-lo.