Em entrevista ao Fórum Café desta terça-feira (4), o professor da USP e ativista da educação Daniel Cara afirmou que a situação do Novo Ensino Médio não está resolvida. Ontem, a imprensa recebeu informações de que o MEC revogaria a portaria 521/21, que instituía o cronograma da reforma educacional. Contudo, Cara alega que a sinalização não é definitiva.
O professor reitera que a gestão Camilo Santana (PT) está extremamente ligada a grupos privados da educação, que têm interesse na aprovação da reforma proposta por Bolsonaro e Temer.
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“A suspensão da portaria 521 significa suspender o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio. Se a portaria permanecesse, em 2024 ia ter um novo Enem pautado nos itinerários formativos”, disse Cara.
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A avaliação de Daniel é que a decisão comunicada à imprensa ainda não é definitiva e pode ser revertida. “A situação não está nada resolvida”, disse.
Hoje, Camilo Santana deve se encontrar com o presidente Lula em meio a forte pressão por parte dos setores da educação.
Além disso, ele avalia que a decisão é tímida. “Se o Camilo Santana envia um projeto de lei para o Congresso Nacional substituindo a reforma e revogando a portaria, a gente bota mais de 400 votos contra a reforma do EM. Deputados e deputadas e senadores e senadoras que votaram a favor da reforma vão apoiar”, afirmou o ativista.
O professor reitera que a insistência de setores neoliberais do governo em manter a reforma é um problema político para Lula. “O Ministério da Educação joga contra o governo”, disse. “Estão jogando contra o presidente Lula e estão fortalecendo o bolsonarismo”, completou.
Esperançoso, Daniel Cara afirma que a reforma já morreu. “A reforma do EM já fracassou. A defesa da reforma EM está sendo feita por pessoas que já foram derrotadas”, concluiu. Novas manifestações serão conduzidas nas próximas semanas para pressionar o governo pela revogação do novo Ensino Médio.
Confira a entrevista completa de Daniel Cara ao Fórum Café: