PÃO COM MORTADELA?

Bolsonaro é alvo de nova denúncia sobre farra com cartão corporativo antes de depoimento na PF

Bolsonaro gastou mais de meio milhão de reais em recursos da Presidência para distribuir lanches durante a campanha eleitoral frustrada à reeleição.

Bolsonaro comendo lanche em Peruíbe, no litoral de São Paulo.Créditos: Presidência da República
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Horas antes de prestar depoimento à Polícia Federal sobre a investigação que apura se houve crime por surrupirar joias milionárias dadas por governos do Oriente Médio, Jair Bolsonaro (PL) é alvo de nova denúncia, desta vez por mais uma farra com o cartão corporativo da Presidência.

Reportagem de Camila Turtelli, Gabriela Vinhal e Silvia Ribeiro, do Uol em parceria com a agência Fiquem Sabendo, baseado na Lei de Acesso à Informação (LAI) revela que o ex-presidente gastou mais de meio milhão de reais em recursos públicos para pagar milhares de lanches a militares e policiais que compareciam aos seus atos durante a campanha eleitoral em 2022.

No total foram 21.447 lanches e 5.075 refeições pagas que custaram R$ 754 mil aos cofres públicos. Os gastos referem-se somente ao período entre agosto e outubro de 2022, quando oficialmente aconteceu a campanha eleitoral.

Os dados foram obtidos de 35 viagens realizados pelo ex-presidente, que era candidato à reeleição. O maior valor foi gasto em Vitória da Conquista, na Bahia, no dia 27 de agosto, quando Bolsonaro gastou R$ 48.914 na compra de 700 kits de lanche.

O valor é superior aos R$ 33.925 gastos três dias antes para comprar 1.011 lanches durante campanha em Belo Horizonte.

Em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, Bolsonaro gastou R$ 42.115 para comprar 1.095 lanches. Já em Joinville, Santa Catarina, o gasto foi de R$ 18.900 para 1.080 kits distribuídos durante a campanha.

Especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo UOL afirmam que não cabe à Presidência da República fornecer lanches em campanhas do candidato. A denúncia pode gerar nova investigação na Justiça Eleitoral e complicar ainda mais a vida política de Bolsonaro, principalmente em relação a uma possível inelegibilidade em 2026.