A estratégia da defesa de Jair Bolsonaro (PL) para o processo que advirá do recente escândalo revelado de fraudes em cartões de vacinação está aparentemente traçada. Os advogados de Bolsonaro devem jogar no colo do tenente-coronel Mauro Cid, apostando na fidelidade canina do ex-ajudante de ordens e braço-direito do ex-presidente, a culpa pelo caso, a fim desvincular o Jair do episódio. Mas o caráter explosivo da mulher de Cid pode colocar tudo a perder.
É o que diz a coluna de Lauro Jardim publicada nesta sexta-feira (5) no jornal O Globo. Aliados de Bolsonaro expressaram ao colunista toda a preocupação que têm em relação a Gabriela Ribeiro Cid que, segundo eles, seria um “barril de pólvora”.
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As fontes temem que Gabriela Cid exploda devido à enorme tensão que estaria passando e enquadre o pequeno marido, exigindo que ele conte às autoridades “tudo o que sabe”. Até o momento, é sabido que além do esquema de fraudar os cartões de vacina, outras 3 investigações que podem afetar Bolsonaro têm o ex-ajudante de ordens como protagonista.
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Uma das investigações é sobre live transmitida por Bolsonaro em 4 de agosto de 2021, em que o ex-presidente divulgou dados sigilosos de um inquérito da Polícia Federal que investigava um ataque hacker ao Supremo Tribunal Federal. Foi descoberto em seguida que Cid teve influência no episódio. A segunda investigação diz respeito à live de fevereiro de 2022 em que Bolsonaro relacionou as vacinas contra Covid-19 à contaminação por HIV+. Neste episódio, em que Bolsonaro é acusado de crime contra a saúde pública, Cid foi apontado como integrante das chamadas milícias digitais. Em setembro, ele teve o sigilo bancário quebrado e foram investigadas suas transações financeiras.
Por fim, em dezembro de 2022, Cid foi indiciado por provocar alarme ou perigo inexistente ao estimular pessoas, através de mensagem de tom alarmante, a não usarem máscaras durante a pandemia. Há ainda o caso das joias sauditas em que Cid tentou resgatar o pacote avaliado em R$ 16,5 milhões, além de uma recente declaração levada à público em que afirma ter testemunhado planejamentos de golpes de Estado após as últimas eleições.
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As fontes ainda revelaram que Gabriela Cid viajou pelo menos três vezes aos Estados Unidos utilizando um cartão de vacinação adulterado pelo esquema do marido e do ex-presidente. Ela estaria preocupada com a própria liberdade e o futuro da família, uma vez que Mauro Cid está preso desde a última quarta-feira (3).