Casa caindo

Aprovada quebra de sigilo do celular de Bolsonaro pela CPMI dos Atos Golpistas

Parlamentares terão acesso aos dados obtidos pela Polícia Federal no aparelho telefônico do ex-presidente, além de Mauro Cid e Anderson Torres

Escrito en Política el
Jornalista, editor de Política, desde 2014 na revista Fórum. Twitter @ivanlongo_
Aprovada quebra de sigilo do celular de Bolsonaro pela CPMI dos Atos Golpistas
CPMI dos Atos Golpistas terá acesso aos dados do celular de Bolsonaro. Reprodução

Parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado desferida por bolsonaristas, a chamada CPMI dos Atos Golpistas, impuseram uma série de reveses a Jair Bolsonaro nesta terça-feira (13) e, além da convocação de seus aliados mais próximos, aprovaram a quebra de sigilo do celular do ex-presidente

A partir de requerimento apresentado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), os integrantes da CPMI terão acesso aos dados obtidos pela Polícia Federal (PF) a partir da apreensão do celular de Bolsonaro no âmbito da Operação Venire, que investiga um esquema de fraude em cartões de vacinação. Além do acesso à quebra de sigilo do celular de Bolsonaro, os parlamentares aprovaram ainda o o compartilhamento de dados, por parte da PF, dos aparelhos de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça que está em prisão domiciliar, e do tenente-coronel Maurco Cid, ex-ajudante de ordens do ex-mandatário e que segue na cadeia. 

"Foi a polêmica do dia. Um requerimento de minha autoria. No final a gente conseguiu aprovar a quebra do sigilo, todas as informações do sigilo telemático de Bolsonaro. Todos os registros a gente conseguiu", disse Rogério Carvalho, após a sessão da CPMI desta terça-feira, em entrevista ao site Brasil 247. 

Os integrantes da CPMI, além dos dados da quebra dos sigilos telefônicos, aprovaram ainda acesso às informações reunidas pela PF na investigação que apura a fraude nos cartões de vacina contra a Covid-19, incluindo a apuração que pesa contra Bolsonaro. A tese é que o ex-presidente teria falsificado seu comprovante de vacinação com o objetivo de fugir do país em caso de uma eventual condenação na esfera criminal, tendo em vista que ele já era investigado por incitar a população contra o resultado das eleições meses antes do fatídico ataque de 8 de janeiro. 

Convocações

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas aprovou nesta terça-feira (13) a convocação de depoentes que integraram o governo Bolsonaro. O colegiado vai ouvir o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente.

Além disso, os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente derrotado na chapa de Bolsonaro, também serão chamados para prestar esclarecimentos à CPMI.

A comissão decidiu votar em bloco os requerimentos consensuais, propostos pelo presidente da comissão, Arthur Maia (UB-BA). Os pedidos que geraram divergências entre deputados e senadores seriam analisados separadamente. Ao todo, havia 285 itens na pauta do dia.

De acordo com o presidente da comissão ainda não há acordo para o início das oitivas e nem sobre quem serão os primeiros depoentes.

Dentre os convocados pela CPMI dos Atos Golpistas, estão:

  • Ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF, Anderson Torres
  • Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid,
  • Ex-major Ailton Barros
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI
  • General Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa
  • General Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto
  • Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
  • Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF;
  • Jorge Naime, ex-comandante de Operações Polícia Militar do DF;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do DF;
  • George Washington de Oliveira Sousa, suspeito de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília;
  • Alan Diego dos Santos, também suspeito de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília
  • Wellington Macedo de Souza, mais um suspeito de tentar explodir um caminhão-tanque no Aeroporto de Brasília.
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