8 DE JANEIRO

Presidente da CPMI do golpe age em conluio com bolsonaristas e pode ser afastado, diz deputado

Arthur Maia ameaça colocar em votação "quantas vezes forem necessárias" requerimentos de bolsonaristas já rejeitados que, entre outros, pedem a convocação do ministro Flávio Dino. Rogério Correia diz que governistas podem adotar "medida extrema".

Rogério Correia e Arthur Maia na CPMI dos Atos Golpistas.Créditos: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Escrito en POLÍTICA el

Vice-líder do governo na Câmara e um dos principais parlamentares da base governista na CPMI dos Atos Golpistas, Rogério Correia (PT-MG) aponta um "conluio" entre o presidente da comissão, o deputado Arthur Maia (União-BA) com aliados de Jair Bolsonaro e afirma que pode entrar com "medida extrema" para trocar ou anular a presidência do colegiado.

"É impressionante que ele, sendo presidente de uma CPI, ao invés de colocar em prática o que a maioria decidiu, ele fica insistindo na tese da minoria bolsonarista e a partir desse momento busca inviabilizar a investigação", disse Correia em entrevista no Fórum Café - assista abaixo.

"É muito grave. Ele não é presidente mais da CPMI, ele é presidente dos deputados bolsonaristas, que a partir de agora, não tenha dúvida, vão tentar fazer de tudo para não se ter investigação. E o Arthur Maia está em conluio com a minoria bolsonarista", emendou o parlamentar mineiro.

Na noite desta quinta-feira (14), Maia saiu em defesa da tese bolsonarista - de que o 8 de Janeiro ocorreu por "omissão" do governo Lula - e atacou a reprovação dos requerimentos da oposição que, entre outros, pretendia convocar para depor o ministro da Justiça, Flávio Dino.

"Foi constrangedor ver a maioria do colegiado da CPMI do 8 de janeiro rejeitar requerimentos de convocação de personagens centrais nessa investigação, como é o caso do GDias, ex-GSI, do Saulo Moura da Cunha, ex-Abin, e do ministro da Justiça, Flávio Dino", tuitou.

Em seguida, Maia prometeu retomar a votação dos requerimentos já reprovados na próxima sessão da CPMI. "Na próxima sessão, me comprometo a pautar os requerimentos representados e o farei quantas vezes forem necessárias. Espero que possamos aprovar todos os nomes, sem distinção, para garantir que todos sejam ouvidos a fim de que se chegue na verdade", emendou.

Também pela rede, Correia já havia respondido ao presidente da CPMI. "Constrangedor foram os atos terroristas que tentaram golpear a nossa democracia. Não acatar a decisão da maioria e insistir nas teses da minoria bolsonarista derrotada é sinal de quem nega as evidências históricas. O 8 de janeiro foi um processo, não um acidente", escreveu o petista.

No Fórum Café, Correia afirmou que a base governista pode tomar "medidas extremas" para tirar Arthur Maia do comando da comissão.

"Se ele continuar desrespeitando a maioria, teremos que eleger outro presidente ou aprovar um requerimento que anule a Presidência. Nós teremos que, pelo plenário, anular o presidente e fazer com que as coisas sejam encaminhas conforme a maioria. Agora, é uma situação esdrúxula. Ou ele passa a encaminhar aquilo que foi aprovado pela maioria ou teremos que pensar nisso mesmo, uma medida extrema que pode ser feita. É lamentável a atitude do presidente da CPI".

Assista a entrevista de Rogério Correia ao Fórum Café.

 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar