Uma decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomada na tarde desta terça-feira (6), suspendeu todas as ações judiciais existentes contra o empresário paranaense Tony Garcia, que delatou recentemente, numa entrevista, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (União Brasil-PR), atualmente senador, além de procuradores do Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba. Segundo Tony, Moro o usava como uma espécie de “agente infiltrado” em diversas esferas sociais e políticas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu a gravidade das acusações feitas por Tony e reafirmou a competência do STF para apurar os fatos, uma vez que o acusado ocupa agora o cargo de senador da República e tem foro privilegiado, retirando assim as ações das mãos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, que, de acordo com Tony, sempre agiu em sincronia com Moro. A juíza federal Gabriela Hardt, que atualmente está na 13ª Vara Federal de Curitiba, após o afastamento do juiz Eduardo Appio por desembargadores do TRF-4, já havia anunciado que deixaria as ações de Garcia, declarando-se suspeita, por tê-lo processado por crimes contra a honra, depois de suas denúncias.
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Tony revelou que era obrigado a investigar os desafetos e inimigos públicos de Sergio Moro enquanto o então juiz era o responsável pela 13ª Vara Federal da capital do Paraná, muito antes do início da Operação Lava Jato. O empresário teria agido, por medo das supostas represálias de Moro, contra várias pessoas e contou que até mentiu numa entrevista à revista Veja, em 2006, fazendo falsas acusações contra o ex-ministro José Dirceu, no primeiro mandato do presidente Lula no Palácio do Planalto, engrossando o caldo daquilo que se tornaria a conhecida Ação Penal 470, popularmente chamada de Mensalão.
Nesta terça (6), Tony Garcia deu uma entrevista exclusiva no programa Fórum Onze e Meia, da TV Fórum, aos jornalistas Renato Rovai e Dri Delorenzo, na qual reforçou o caráter de suas denúncias e enfatizou a gravidade das acusações que sustenta contra Sergio Moro, revelando que o então magistrado "mantinha uma câmara de tortura" e que obrigava os investigados "a falar o nome de Lula".