POLÍTICA

Pedro Cardoso: Glauber Braga "revela projeto de inspiração nazista do MBL"

Ator defendeu deputado do PSOL, que é alvo de cassação no Conselho de Ética, e apontou suposta ligação do grupo com neonazistas

Glauber Braga, deputado federal pelo PSOL na Câmara dos Deputados.Créditos: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Escrito en POLÍTICA el

O ator Pedro Cardoso defendeu, em suas redes sociais, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que é alvo de um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara por ter expulso da Casa aos empurrões chutes o influenciador Gabriel Costenaro, membro do Movimento Brasil Livre (MBL).

De acordo com Cardoso, o caso não está sendo tratado como deveria pelas mídias. “Ficamos a mercê da confusão do que nos chega pelas redes antissociais. A defesa do deputado está revelando a técnica de produção de conflitos disto que se chama MBL”, declarou o artista pelo Instagram, que vê uma tentativa de cassação ilegal do mandato de Glauber.  “Revela-se no conselho de ética a má ética desses grupos. Defender o mandado de Glauber penso ser a luta mais relevante do momento.”

O psolista tinha exposto uma suposta ligação do grupo com figuras acusadas de associação com o supremacismo branco e o neonazismo na sessão do Conselho de Ética nesta quarta-feira (31). Durante a sessão do Conselho de Ética sobre seu processo de cassação, Braga questionou o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), coordenador do MBL e testemunha no colegiado, sobre possíveis relações de membros de seu grupo com duas figuras acusadas de compartilharem publicações de teor nazifascista.

Braga iniciou sua exposição perguntando a Kataguiri se ele conhecia Vick Vanilla, David Duke e Benjamin Pontes. Kataguiri respondeu que conhece Benjamin Pontes, assessor do deputado estadual Guto Zacarias, também do MBL, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Em seguida, o parlamentar do PSOL expôs a relação entre esses nomes.

Segundo Glauber Braga, David Duke é um "conhecido supremacista branco antissemita" e "cavaleiro da Ku Klux Klan", sendo supostamente ativo na divulgação de postagens racistas nas redes sociais. Já Benjamin Pontes, assessor do deputado estadual Guto Zacarias e também membro do MBL, teria curtido publicações supremacistas de Duke e de Vick Vanilla, perfil que, de acordo com Braga, é associado a movimentos extremistas de direita nas redes. Em resposta, Kim Kataguiri afirmou que MBL abrirá um procedimento para verificar a conduta do membro mencionado por Glauber Braga em sua exposição.

VEJA NA MATÉRIA COMPLETA: Glauber Braga enquadra Kim Kataguiri e expõe suposta ligação do MBL com supremacista branco e neonazista

Ainda segundo o ator, a técnica de desordem do MBL com abordagens agressivas a políticos e personalidades de esquerda podem configurar crime. “E dos piores, pois crime disfarçado de atividade jornalística. O deputado Glauber Braga foi acossado por um desses mal educados pseudo jornalistas do MBL, aguentou, reagiu e agora responde no conselho”, diz.

“Com a desculpa de estar cobrando satisfação de deputados, um membro desse grupo acossa seus entrevistados com a intenção de exacerba-los, de provocar neles reação que possa ser, depois, imputada por violenta”

Pedro Cardoso afirma quue esse tipo de abordagem lembra os tempos da ditadura militar no país. “A agressão contra a democracia brasileira iniciou-se por si mesma, e os agressores iniciais são os autoritários remanescentes da brutal ditadura militar iniciada em 1961. Não foram aqueles que lutam por justiça econômica a iniciar esse tempo de violência na política. Muitos erros foram cometidos por políticos de esquerda embriagados de poder. Erros graves. Mas entre eles não está a determinação de destruir a democracia. A vontade de destruir a democracia pela violência foi trazida a nós por pessoas como estas do MBL”, escreve.

“Tal de Kim, líder do tal MBL, defendeu a legalidade de um partido nazista justificando-a por achar que a sociedade deveria rejeitar a ideologia nazista; e que, criminalizada, a oportunidade dessa rejeição desaparece. Falácia! A sociedade é quem criminalizou a ideologia nazista e seus partidos! A rejeição foi tamanha que a fez crime. Mas nem todos, né? O argumento de Kim serviria de bom pretexto para legalizar partidos afins com ideologias assassinas”, completou o artista na mensagem. 

Veja

 

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar